quarta-feira, 14 de outubro de 2009



14 de outubro de 2009 | N° 16124
PAULO SANT’ANA


Canjas medicinais

Quando eu por acaso chego num bar noturno para dar uma canja aos músicos, canto para valer.

E aquele público todo me olhando, me ovacionando, alguns dançam ou dançaram, é chegado o momento em que falo com o público e digo sempre a mesma frase: “Tenham a certeza, meus queridos, de que aqui está muito melhor que lá na minha casa!”.

O pessoal cai na gargalhada.

Quando saio todas as noites do trabalho aqui de Zero Hora, muitos me perguntam:

– Sant’Ana, aonde vais agora?

Respondo imediatamente:

– Não sei, sinceramente, aonde eu vou. O que sei é o lugar para onde não vou: minha casa.

Outro dia, um amigo meu foi ao cardiologista, acompanhado da mulher.

O médico disse que estava ali com os exames clínicos do meu amigo, que estava tudo globalmente bem, mas havia um probleminha.

E que, por cautela, disse o médico, olhando para a mulher feia e gorda do meu amigo, “o senhor não pode ter emoções fortes, sexo só pode fazer em casa”.

E o Guerrinha foi fazer os exames anuais de check-up na central de atendimento médico dos funcionários, aqui na RBS.

O Guerrinha levou para os médicos os exames de fezes, urina, sangue, batimentos cardíacos etc.

Um dos médicos olhou para o Guerrinha e disse:

– Como o senhor está bem!

– Foi também o que outro médico disse a meu respeito.

– Quantos anos o senhor tem?

– 51.

– Muito bem, então vou lhe encaminhar para a esteira.

– Nada de esteira. Não aceito fazer esteira. Por que vocês, médicos, me dizem todos que estou bem mas ainda assim querem me mandar para a esteira? Recuso-me a fazer esteira. Porque, depois da esteira, eu já sei para onde vocês vão me mandar: a esteira é o passaporte para o crematório.

A loira andava a 140 quilômetros por hora na rodovia e foi atacada pelo soldado do trânsito.

O soldado pediu carteiras de motorista e identidade.

A loira disse:

– O senhor pode pegar aí no porta-luvas, só que vai encontrar junto seis quilos de cocaína.

– Cocaína?

– Sim e tem mais, seu guarda, lá no porta-malas há um cadáver de um homem que atropelei na estrada.

O soldado achou que cocaína no porta-luvas e cadáver no porta-malas tornavam o caso muito grave e foi chamar o capitão.

O capitão aproximou-se da loira, que ainda estava no volante, e pediu os documentos:

– Carteiras de motorista e identidade, por favor.

A loira mostrou tranquilamente os documentos, não havia cocaína nenhuma no porta-luvas.

O capitão foi lá vistoriar o porta-malas e não achou nada, nem sinal do cadáver.

“Como é que a senhora disse para o meu soldado que havia cocaína no porta-luvas e um cadáver no porta malas?”, indagou o capitão.

E a loira:

– Vai ver que esse mentiroso do seu soldado vai lhe dizer que eu andava a 140 quilômetros por hora.

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