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segunda-feira, 19 de outubro de 2009
19 de outubro de 2009 | N° 16129
PAULO SANT’ANA
Dou explicações
Estou recebendo e-mails que estranham esta coluna ter publicado no sábado duas manifestações rudes e enérgicas de pessoas contra mim.
Estranhar por quê? Tantas e tantas vezes já publiquei elogios a mim dirigidos, como poderia agora sonegar as críticas assacadas contra este colunista?
Deixei-as rolar portanto na coluna de sábado, permiti assim aos leitores duas situações: 1) a de que soubessem que há, por mínima que seja, oposição a alguma coisa que eu escreva; 2) que os leitores lessem as duas críticas que recebi e avaliassem a procedência delas.
Eu faço um jornalismo diferente de todos os outros jornalistas. Esperem, não me julguem apressadamente por esta frase anterior, ela não contém nenhuma vaidade ou arrogância.
É que eu faço nesta coluna um jornalismo intimista, falo muito em mim, falo no que está me acontecendo e, principalmente, quando escrevo minhas colunas ponho nelas aquilo exatamente o que estou sentindo naquele instante em que estou no computador.
E sendo assim, como não reviso, não copidesco meus pensamentos, senão a escrita, corro o risco de ser contrariado em minhas opiniões e impressões.
Natural que eu tenha leitor que se oponha ao que eu escrevo. Vaidosamente digo que são mínimas as oposições, mas sempre existe alguma.
Então eu botei duas oposições a mim, transcritas dos originais que recebi, sem a mudança ou supressão sequer de qualquer vírgula, na minha coluna de sábado passado.
Nada de anormal nem de surpreendente, confesso que senti as pauladas que levei, mas até mesmo para aliviar-me da dor, pasmem, resolvi publicar os dois ataques contra mim.
Eu falo em alívio porque guardar dois e-mails ofensivos como aqueles na gaveta ou jogá-los no lixo significa alguma forma de pusilanimidade. Assim não, fiquei em paz com minha consciência, publiquei as duas agressões contra mim ... e fosse o que Deus quisesse!
Além de tudo devem ter ficado recompensados os dois missivistas: tiveram suas mensagens lidas pelo Rio Grande inteiro. Devem ter babado de prazer sádico, tendo feito o colunista dobrar a sua cerviz, humilhar-se e publicar os tapas no rosto que recebeu.
Também tem outro aspecto: nós jornalistas ficamos imperialmente dando nossas opiniões a respeito dos fatos, parece que nos adonamos da realidade e do cotidiano e no dia seguinte saboreamos nossas opiniões impressas nos jornais.
Então sempre é bom o exercício democrático da resposta e da reação ao que escrevemos.
Foi assim que decidi publicar os dois e-mails de sábado, nunca é demasiada ou incômoda uma dose de humildade.
No caso da reação da senhora Kytti Kroeff às críticas que fiz ao seu irmão, o presidente do Grêmio, Duda Kroeff, quero também dizer que não retiro as censuras que escrevi ao dirigente máximo gremista.
Mas quero apenas acrescentar que fiz essas críticas ao presidente gremista e aos dirigentes que o assessoram no futebol – e ao treinador gremista Paulo Autuori – movido por violenta emoção: o Grêmio tinha perdido naquele dia para o Corínthians, era mais uma derrota fora de casa, quando o Grêmio já jogou 29 partidas no Brasileirão e só ganhou um jogo fora, contra o Náutico, entre os 15 jogos em que atuou fora do Olímpico, um absurdo!
Digo mais, esta marca dos jogos fora é inadmissível até mesmo para um clube em dificuldades financeiras, caso do Grêmio. Tinha que ter ganho no mínimo cinco jogos fora, é inaceitável que não o tenha feito.
Por isso e pela minha violenta emoção é que critiquei o presidente do Grêmio.
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