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sábado, 11 de julho de 2009
11 de julho de 2009
N° 16027 - PAULO SANT’ANA
Boletim médico
Volto a esta coluna em protesto pelo fato de que pedi ao meu interino de ontem, Cláudio Brito, que escrevesse pelo menos uma frase em sua coluna dizendo que eu estava doente, com nove doenças, por isso não podia escrever.
Ele escreveu que eu não iria assinar a coluna de ontem por estar em casa “a recuperar-me do turbilhão de homenagens que tinha recebido em meu aniversário”.
Ou seja, me chamou de relapso, irresponsável e ressacado.
De uma vez por todas, meus interinos são amorosos comigo, mas tecnicamente inconfiáveis.
Por que eu quero bem às pessoas e as pessoas me querem bem?
Garanto que é porque elas me encantam, fazem os meus dias melhores, chamam-me a atenção para a delícia em que se constitui a minha vida até mesmo por tê-las em meu convívio.
E elas me querem bem certamente porque eu as valorizo, faço-as entender que são imprescindíveis para meu bem-estar e para o bem-estar dos outros todos que nos circunvizinham.
E assim se constitui numa farra de afetividade a nossa relação.
Eu ando empanturrado de tanto colóquio de amizade.
O mais instigante episódio acontecido na festa do meu aniversário se deu quando planejamos sentarem-se à mesma mesa a governadora Yeda Crusius e a esposa do prefeito da Capital, Isabela Fogaça.
Elas se saudaram formalmente amistosas e foram alvo dos cochichos de todos os convidados: afinal, semanas antes, um ato que se diz partido diretamente da governadora proibira Isabela Fogaça de cantar na solenidade que antecedia o jogo Brasil x Peru, no Beira-Rio.
A imprensa noticiou que houve rompimento de relações não só de Isabela, como também do prefeito Fogaça com a governadora. Se não rompimento, pelo menos agravamento nas relações.
Pois bem, estavam ambas sentadas à mesma mesa na festa do meu aniversário. Enquanto rolavam os discursos, os cantos, os recitais, o ambiente em torno da mesa das duas, a mesa principal, logicamente, era de curiosidade.
Porque todos comentavam que elas estavam fazendo as pazes, celebrando as pazes no meu aniversário.
Então cantou comigo a governadora no palco, depois cantou sozinha, alvo de grandes aplausos.
Aí convidei Isabela Fogaça para ir até o palco e cantar, comigo ou sozinha. Ela, se bem me lembro, optou por cantar sozinha.
A governadora Yeda estava atenta a tudo. Juro que passava pela cabeça da governadora que Isabela Fogaça a perdoara pelo veto do Beira-Rio. Foi quando perguntei a Isabela o que ela iria cantar.
Ela olhou fundo nos olhos da governadora e saiu cantando, ao som dos dois violões, atacando de Lupicínio: Nunca, Nem que o mundo caia sobre mim Nem se Deus mandar,
Nem mesmo assim, As pazes contigo eu farei...O prefeito Fogaça, na mesa, mal conseguia dissimular o êxito do sibilino desagravo.
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