segunda-feira, 27 de julho de 2009


Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

A nova cara de Londres

Mudou muita coisa no comportamento das pessoas que moram e que visitam Londres desde a última vez em que estive na cidade, há cerca de dois anos. Para começar, o cigarro passou a ser proibido em bares e em restaurantes, depois que passou a vigorar uma lei semelhante à que começa a valer para todo o Estado de São Paulo a partir de 7 de agosto.

Quem não fuma não precisa mais sair dos locais fechados com os olhos ardendo e cheiro de fumaça na roupa e nos cabelos. E quem fuma precisa apenas abrir a porta e dar suas tragadas ao ar livre. Não é um preço tão caro a pagar quando se pensa na saúde e no bem-estar da maioria da população, não é mesmo?

Alguns estudos têm mostrado, inclusive, que diminuem as ocorrências cardíacas e vasculares (dores no peito, infartos, derrames) depois que passa a vigorar esse tipo de lei nas cidades mundo afora.

Mas, se as pessoas não fumam mais nos bares e restaurantes, elas continuam a beber muito, principalmente os mais jovens. Só que quem é pego guiando embriagado tem muitos problemas com as autoridades.

Outra vantagem de Londres, do ponto de vista dos acidentes de carro, é que a imensa maioria dos jovens vai para as noitadas de metrô ou de ônibus noturno. Com uma malha de transporte público invejável, pouca gente arrisca sair de casa de carro. Com isso, beber e guiar também passa a ser uma associação menos comum.

Para acabar, queria contar mais algumas mudanças no perfil da cidade. Boa parte das lojas de fast food desapareceu, dando espaço a lojas de alimentos mais naturais, o que pode refletir uma maior preocupação com a saúde. Mas as pesquisas apontam um aumento do número de casos de obesidade e de sobrepeso no país.

Outra coisa que está desaparecendo são as imensas lojas de CDs e DVDs que ocupavam espaços nobres na capital inglesa! Em compensação, todo mundo anda com iPods e similares para cima e para baixo. Mais um fenômeno curioso é o desaparecimento das grandes redes de acesso à internet.

Os jovens carregam smartphones e notebooks e usam as infinitas redes de wi-fi que há em bibliotecas, museus, bares e restaurantes. Por isso, as lojas de telefone brotam a cada esquina, em um fenômeno parecido com o que se vê pelo Brasil.

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