Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
MOACYR SCLIAR
E o buquê vai para
Achava que, após o casamento, a tradição deveria ser cumprida, os dois embarcando num carro e seguindo para a lua de mel
Flores de casamento causam acidente aéreo na Itália. A tradição de jogar buquês de flores durante casamentos causou a queda de um avião na Itália, segundo o jornal "Corriere della Sera".
O acidente aconteceu no parque Montioni, na cidade de Suvereto, na Toscana. De acordo com a publicação, o casal de noivos contratou um pequeno avião para jogar o ramalhete de flores para as mulheres convidadas.
As flores, no entanto, teriam sido sugadas pelo motor do avião no momento em que foram jogadas, causando um incêndio e uma explosão na aeronave. O avião acabou caindo nas proximidades do lugar. O piloto, Luciano Nannelli, 61, escapou sem ferimentos.
No entanto, o passageiro Isidoro Pensieri, 44, que era o responsável por jogar o buquê para os convidados, sofreu traumatismos no crânio e na face e fraturas em ambas as pernas. Folha Online
O ESTRANHO incidente do buquê de flores causou a primeira, e talvez definitiva, briga entre os recém-casados. A inusitada ideia tinha sido, naturalmente, da noiva, uma moça bonita, inteligente, mas muito agitada, e que às vezes tinha impulsos considerados estranhos pelo noivo.
Claro, atirar o buquê depois da cerimônia de casamento é um costume tradicional, e ele o apoiaria de bom grado. Mas a moça queria uma coisa diferente, algo que fizesse história. E então veio com aquela proposta do avião. Depois da cerimônia, que se realizaria no campo, ela embarcaria numa pequena aeronave e, lá de cima, jogaria para as amigas, de fato numerosas, as flores.
Foi aí que a discussão começou. O noivo não gostou da proposta. Não gostava de coisas exóticas. Mais que isso, o aluguel do avião, mesmo monomotor, não custaria barato, e ele não era nenhum milionário.
Por último, achava que, depois do casamento, a tradição deveria ser cumprida, os dois embarcando num carro e seguindo para a clássica lua de mel, sem nenhuma viagem de avião no meio tempo.
O impasse estava criado, portanto. Quem resolveu o problema foi o amigo deles. Era um bom amigo, um sujeito mais velho, mais experiente, mais sábio. O amigo deu-se conta de que aquela discussão poderia estragar o casamento. Ofereceu então sua ajuda: embarcaria no avião e se encarregaria de atirar o buquê para as moças lá em baixo.
O jovem casal aceitou a proposta. Que, no entanto, terminou mal. Conforme combinado o amigo jogou o buquê que, no entanto, acabou provocando um acidente. O avião caiu, e ele acabou internado com ferimentos de certa gravidade. O noivo ficou muito chateado, e desde então as relações entre os recém-casados estão estremecidas.
Ela, porém, está muito mais preocupada com a recuperação do amigo. Da primeira vez que foi visitá-lo, encontrou-o com a cabeça enfaixada e com as duas pernas engessadas, mas sorridente. E aí, um gesto inesperado: ofereceu-lhe uma flor. Uma flor que tinha tirado do buquê antes de arremessá-lo.
O que a comoveu profundamente. Tem voltado ao hospital todos os dias. E se sente feliz como uma garota que, no casamento de uma amiga, conseguiu agarrar o buquê que a noiva arremessou.
MOACYR SCLIAR escreve, às segundas-feiras, um texto de ficção baseado em notícias publicadas na Folha.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário