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quinta-feira, 23 de julho de 2009
23 de julho de 2009
N° 16039 - LETICIA WIERZCHOWSKI
Um incêndio no meu prédio
Todo mundo tem medo de alguma coisa. Certas pessoas não conseguem entrar num avião. Outras tem medo de escuro. Tem gente por aí com medo de baratas, de elevadores, de altura, de cachorro. Tem gente que tem medo até de gente. Se eu tivesse que apontar uma fobia, seria o fogo. Ainda menina, acompanhei o famoso incêndio das Lojas Renner.
Eu assistia a um desenho pré-mesozoico, o Faísca e Fumaça, quando os boletins sobre o drama na Renner interromperam a programação televisiva. Esse episódio deu origem ao meu medo. O desenho Faísca e Fumaça soa por demais evocativo para o caso? Bem, não se deve confiar completamente nas recordações de uma escritora, é o que diz o meu marido.
Voltemos aos medos. Ou aos incêndios. Pois quero contar que, pesadelo dos pesadelos!, na semana passada houve um incêndio no meu prédio.
Um ar-condicionado entrou em curto-circuito no 12º andar, tomou o quarto de casal, e logo as labaredas já saíam pelas janelas. Eram dez horas da noite e tivemos o pacote completo: bombeiros, elevadores parados, moradores assustados descendo diligentemente pelas escadas de emergência do prédio.
Nunca saí de casa tão rápido na minha vida. Após o aviso do porteiro, ridiculamente ainda dentro do meu velho pijama e usando minhas pantufas mais velhas ainda, desabalei-me pelas escadas de emergência com meus dois meninos a tiracolo.
Se algum vizinho assustou-se com minha toalete entre tantos outros sustos mais prementes, teve a finésse de disfarçar (confesso que, nessa noite, meu dileto esposo estava em São Paulo, o que baixou sensivelmente meu padrão de elegância noturna).
Mas nem tudo foi um fiasco… Bombeiros corriam lá em cima, fazendo seu brilhante trabalho, e todos nós no hall nos portamos com a devida calma e equilíbrio. Até os bebês pareciam serenos, surrupiados dos seus berços no meio da noite fria. Eu diria que o clima era amistoso e quase alegre.
Afinal, afora os óbvios prejuízos materiais, nenhum morador ficou ferido. E olhem que nesse nosso prédio andamos todos ocupados, quase nem nos vemos, silenciosos pelos corredores, parcimoniosos nos elevadores, compenetrados nas reuniões de condomínio.
Mas, nessa noite, nos comportamos todos com leveza de alma. No meio do susto, a simpatia e a solidariedade imperaram. Como diz o ditado, é na adversidade que a gente se agiganta.
Uma ótima quinta-feira, especialmente para você.
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