sábado, 3 de janeiro de 2009



03 de janeiro de 2009
N° 15837 - NILSON SOUZA


A penúltima meta

No início do ano passado, fiz uma lista de propósitos com 10 itens e realizei o nono nos últimos dias de dezembro. Minha penúltima meta era completar uma corrida de seis quilômetros, ida e volta no percurso onde caminho diariamente. Nada de excepcional. Meu sósia, com quem cruzo de vez em quando, corre 42 quilômetros por dia, o que reduz o meu feito à sua insignificância.

Mas a verdade é que fiquei muito feliz por ter alcançado meu objetivo no prazo que eu mesmo havia estipulado. E também por ter encerrado o ano com uma média alta de propósitos atingidos, apenas com uma pendência, que pretendo liquidar logo.

Tudo é relativo, sei disso. É bem provável que eu tenha sido pouco exigente comigo mesmo. Reconheço que não sou muito ambicioso. Minhas metas certamente eram todas factíveis. Não planejei fazer uma viagem ao redor da Terra, não me propus a ganhar meu primeiro milhão de dólares, nem desejei beijar a mulher mais linda do mundo – como fez Jack Nicholson no comovente Antes de Partir.

Apenas segui um conselho retirado de leituras pretéritas: entre as grandes coisas que não podemos fazer e as pequenas que não queremos, o perigo está em não fazermos nenhuma.

Então, tratei de anotar o que estava ao meu alcance. Para muita gente, pode parecer bobagem fazer anotações. Porém, como sou metódico e tenho uma memória predominantemente visual, sinto necessidade do registro. Sempre fiz assim, até para estudar. Quando escrevo o que li, dificilmente esqueço.

E quando faço uma lista de tarefas sinto-me compelido a executá-las, pois o papel funciona como uma nota promissória que leva a minha assinatura. Fico na obrigação de honrá-la.

Gosto de anotar, inclusive, minhas atribuições diárias, só para ter o prazer de riscá-las na medida em que as vou cumprindo. Pode ser só uma mania inútil, mas é a sugestão que deixo para os leitores e leitoras deste espaço. Registrem suas metas no cartório particular da consciência, mas não esqueçam de lavrar a ata.

E quem ainda não fez a sua lista, deve se apressar, pois a areia do Ano-Novo já começou a descer inexoravelmente para a parte debaixo da ampulheta.

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