sábado, 31 de janeiro de 2009



N° 15866 - PAULO SANT’ANA

A viuvez

Dinheiro não traz felicidade. A falta de dinheiro é que torna as pessoas infelizes.

Não se sabe o que mais se desejou em toda a vida: casar-se ou enviuvar.

Ou seja, por vezes, a suprema ventura é casar-se. Outras vezes, a suprema ventura seria enviuvar.

Da mesma forma, para alguns a suprema ventura seria enviuvar. Para outros, enviuvar se constitui na pior desgraça.

Todo o dilema da vida consiste na incapacidade do homem em ser só e na incapacidade de viver com outrem.

Eu me casaria novamente se me dessem a certeza de que enviuvaria.

Deus me livre de enviuvar se for para casar-me novamente.

O único perigo do casamento é não enviuvar.

Há só uma forma de não sofrer a dor de enviuvar: é não casar-se.

A separação consiste em os dois cônjuges ficarem viúvos ao mesmo tempo.

O casamento, por vezes, torna-se uma disputa ferrenha entre os dois cônjuges pela viuvez.
A pessoa mais desgraçada do mundo é aquela que era infeliz no casamento e ficou mais infeliz com a viuvez.

Os casais nunca deveriam viajar juntos no mesmo avião. Melhor viajarem em aviões separados: assim, em caso de acidente, um dos dois tem a chance de ficar viúvo.

Nunca entendi a atração que as viúvas jovens exercem sobre os homens: ao contrário do adultério, qual é a graça em competir com um defunto?

Há mulheres que sofrem tanto com a viuvez, que deveriam ser tombadas.

Os homens devem evitar casar-se com as viúvas alegres: elas podem estar atrás de um novo êxito.

A maior atração do casamento é que só por ele se pode chegar à viuvez.

Casar é acertar na Quina. Enviuvar é acertar na Mega Sena.

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