sábado, 17 de janeiro de 2009



17 de janeiro de 2009
N° 15851 - ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


Os morros de Porto Alegre

Porto Alegre me encanta vigiada pelas sentinelas de seus morros. Três claramente merecem consideração especial.

O primeiro deles é Itapuã, o qual, segundo a lenda, esconde um tesouro de piratas que muita gente procura até hoje. Em episódio de novela, eu mesmo quase cheguei a ele certa feita... Outro é o morro da Maria Degolada, que uma freira, uma mulher extraordinária – a saudosa Irmã Neli – conseguiu transformar em morro da Maria Conceição, transformando uma mulher de costumes livres na santa mãe de Jesus.

Agora, o morro que mais diz respeito a Porto Alegre é o morro da Glória, que não poderia ter nome mais adequado: foi dali que desceram entre 19 e 20 de setembro de 1835 as forças acaudilhadas por Onofre Pires e Gomes Jardim para a tomada de Porto Alegre no alvorecer do glorioso Decênio Heróico.

Sobre o Arroio Dilúvio, mais precisamente na ponte da Azenha, uma patrulha avançada dos revolucionários farroupilhas comandados pelo Capitão Vieira da Rocha – o famoso Cabo Rocha – se encontraram com forças do governo imperial comandadas pelo Visconde de Camamu e aí se feriu o primeiro encontro sangrento da Revolução Farroupilha, que assim começava, com mortos e feridos.

Os morros de Porto Alegre são uma bela moldura da capital gaúcha apertada contra o estuário do Guaíba, protegendo-a como sentinelas vigilantes.

Gosto demais desses morros. Quantas vezes eu e meus companheiros de cavalgadas percorremos a cavalo estes pontos altos da geografia porto-alegrense, cujas faldas cada vez mais são escaladas pelo casario urbano que avança para cima, parece que rasgando o céu, em busca do sol.

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