sábado, 31 de janeiro de 2009



31 de janeiro de 2009
N° 15865 - DAVID COIMBRA

O Patrão

Escrevo sob centenas de protestos, censuras brandas e sobretudo xingamentos irados que recebo desde a semana passada, por ter me manifestado sobre o debate entre a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, e a secretária de Educação, Mariza Abreu.

Difícil escrever aqui debaixo. Mas havia previsto que tal ocorreria. Porque aqui, no Rio Grande amado, tudo tem de ser bom ou mau, certo ou errado, mocinho ou bandido. Aqui não é possível a reflexão, só a adesão. Compreendo, portanto, a reação dos que me atacam. O que não quer dizer que me conformo com ela.

A maioria dos críticos questionou o meu direito de falar mal do Cpers. Alguns perguntaram, com ironia, se sou “especialista em Cpers”, outros afirmaram que não entendo de Educação, uns tantos me acusaram de estar ideologicamente mal-intencionado.

(...) O importante foi ter acreditado que eu, como pai, como filho de professora, como ex-aluno, como jornalista ou como cidadão gaúcho, poderia reclamar da atuação dos professores ou do Cpers ou de quaisquer funcionários públicos.

(...) Vou falar como patrão. Contribuo, e contribuo bem, para o pagamento dos salários do funcionalismo público gaúcho, inclusive dos diretores do Cpers, inclusive da presidente do sindicato. Eles estão, sim, sujeitos à minha fiscalização e ao meu exame.

E, como patrão, vou dar-lhes um aviso: não estou satisfeito com seu rendimento. Até entendo que a culpa não é só deles. (...)

Nenhum comentário: