quarta-feira, 3 de novembro de 2021


02 DE NOVEMBRO DE 2021
INFORME ESPECIAL

O desafio de quem combate a fome (e como ajudar)

Os voluntários que trabalham para aplacar o desespero de quem tem fome nunca foram tão necessários. Homens e mulheres dedicados a amenizar as agruras do próximo andam alarmados com o aumento da demanda. A crise, o desemprego e a recente escalada da inflação desafiam entidades e projetos.

As iniciativas são muitas: Banco de Alimentos, Rango Solidário, Cozinheiros do Bem, Cozinha Solidária da Azenha, entre tantas outras. Todas fazem o possível e o impossível para atenuar a dor alheia.

Em Porto Alegre, o Rango Solidário, por exemplo, mantém uma geladeira comunitária no bairro Bom Fim e distribui cerca de 200 refeições aos sábados, na Praça do Colégio Rosário. As filas são cada vez maiores.

- Fazemos isso como se fosse para nós mesmos. É comida boa. A procura não só cresceu como algumas pessoas chegam até nós sem ter comido nada nas 24 horas anteriores - relata o empresário Divino Aguiar.

No grupo Cozinheiros do Bem, que distribui 15 toneladas de mantimentos por semana, não é diferente. O chef Julio Ritta conta que a responsabilidade cresceu:

- Desde que conquistamos uma sede própria, cedida pelo governo do Estado, a demanda se tornou quatro vezes maior. É assustador, mas não podemos desistir.

Com mais de 20 anos de história, a Rede Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul auxilia cerca de 300 entidades, como asilos, creches e associações de bairro. De 2020 para cá, a entidade conseguiu entregar oito mil toneladas de produtos. Agora, busca ampliar as doações com a campanha Natal do Bem.

- A situação social e econômica levou a uma redução das contribuições. As pessoas seguiram ajudando, mas com menos recursos. Esperamos reverter isso. O flagelo da fome é inaceitável - diz o presidente voluntário da rede, Paulo Renê Bernhard.

JULIANA BUBLITZ INTERINA

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