10 DE MARÇO DE 2021
ARTIGOS
O MERCADO E O MUNDO CROSS BORDER
Em épocas de aplicações intensivas em tecnologias e inovações, os mercados nunca mais serão os mesmos. Nenhuma empresa atua hoje como há cinco anos e será também diferente daqui a cinco anos.
O diferencial está na capacidade de ler mercados e tendências, o comportamento do consumidor e sua cultura.
O consumidor brasileiro é antenado em inovações tecnológicas e esse processo responde a partir de faixas etárias mais jovens, graus de instrução, bem como à disponibilidade de telecomunicações eficientes e de baixo custo, fundamentais para a disseminação do mundo digital.
Exemplo de fácil compreensão é o que vem ocorrendo no comércio eletrônico e no sistema financeiro. Cada vez mais nos afastamos das compras nas lojas físicas e das agências bancárias. Hoje temos um mundo híbrido, onde o digital e o físico convivem. Palavra criada para caracterizar esse novo ambiente é o "fisital", que é a mistura do mundo físico com o digital. Na linha do tempo, a participação do digital vai conquistando espaço em relação ao físico.
O e-commerce invadiu o comércio tradicional, tendo em 2020 superado R$ 200 bilhões; significa que, se uma empresa atua no comércio e não possui vendas por internet, ficou de fora desse mercado, que inexoravelmente vai continuar se expandindo. Grandes redes de lojas abriram seus canais de e-commerce e posteriormente as transformaram em grandes marketplaces e, com o uso de canais digitais, invadiram o mercado dos bancos, oferecendo crédito.
Os bancos também mudaram sua atuação, com uma vasta oferta de produtos e serviços, farta disponibilização de canais digitais, o uso maciço de aplicativos e o "self-service". Com isso, o funcionamento das agências se alterou. No mundo fisital, as agências bancárias continuarão importantes, mas com outro perfil. A criação de ambientes de convivência para a busca de consultoria e orientação financeira vai gerar um processo de inteligência que qualificará o sistema e seus clientes.
Resumindo, varejistas ou bancos que continuam a operar com os mesmos mixes de produtos e serviços e sem inovar em seus canais de distribuição, provavelmente já constatam um processo de encolhimento e podem ficar no passado. Devemos sempre lembrar que vivemos em um mundo "cross border" e que a inovação não respeita limites físicos ou geográficos. Há sempre espaço a ser conquistado, inclusive o de nossas próprias empresas.
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