15 DE MARÇO DE 2021
OPINIÃO DA RBS
GRATIDÃO E CONVERGÊNCIA
A homenagem aos profissionais da saúde na sexta-feira à noite é uma prova de que, quando há uma causa nobre merecedora de grande mobilização, os gaúchos sabem se unir. O que se testemunhou em todo o Rio Grande do Sul foi uma corrente de solidariedade e reconhecimento materializada em um grande engajamento na iniciativa Aplauso pela Vida, em homenagem aos profissionais da saúde do Estado. Com a adesão espontânea da população e o apoio de uma série de entidades e personalidades, janelas e sacadas foram tomadas por uma emocionante salva de palmas dedicada aos trabalhadores que, há um ano, desde os primeiros dias da pandemia, dedicam-se incansavelmente à batalha para salvar vidas.
Mais do que um ato de gratidão, a ação também buscou ser uma espécie de injeção de ânimo para médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, radiologistas, psicólogos e demais profissionais, como os das áreas de limpeza, segurança e motoristas de ambulância, há meses submetidos a uma brutal pressão mental e ao esgotamento físico de jornadas extenuantes.
Os resultados da iniciativa têm ainda um significado que extrapola os seus objetivos iniciais. Mostram que, apesar da existência de divergências naturais na sociedade, os gaúchos são capazes de convergir em momentos decisivos. E é desta busca de pontos em comum que o Estado precisa neste período desafiador para vencer a crise que aflige a saúde e a economia.
Além da adesão voluntária nos lares do Estado, a homenagem impulsionada pelo Grupo RBS mobilizou as redes sociais e contou com o chamamento e a participação de entidades políticas, do Judiciário, tradicionalistas, religiosas, empresariais, profissionais, militares, de esportes, entre tantas outras, para agradecer e introjetar energia positiva nos trabalhadores que vivem dias particularmente difíceis neste mês de março.
Mesmo quem, a esta altura, teve a sorte de não ter sido infectado, possivelmente tem um parente próximo ou alguém do círculo de amizade que foi tocado pelo vírus, adoeceu e, mais do que conhecimento técnico, contou com a dedicação e o apoio no processo de recuperação. De todas as especialidades, os trabalhadores da saúde, desde as unidades básicas aos leitos de UTI, estiveram, estão e estarão sempre a postos para não medir esforços para fazer angústia virar alívio, mesmo que para isso também tenham de se expor a riscos. Nem todas as batalhas foram vencidas, é verdade, mas nunca faltaram entrega e desprendimento, inclusive com custos pessoais.
Inicia-se agora uma nova semana. É mais uma que tende a apresentar números preocupantes da covid-19 no Estado, com elevadas quantidades de casos, internações e mortes. Mais do que aplausos, os profissionais de saúde contam com a responsabilidade de todos os gaúchos para deter a disseminação do vírus e começar a diminuir a pressão sobre os hospitais, onde está a última trincheira dos combatentes da vida, já exaustos. Enquanto não há uma cobertura adequada de vacinação, a mais esperada homenagem será reforçar cuidados e hábitos como evitar aglomerações, usar sempre máscara e fazer a higiene das mãos, para evitar novos contágios. Esse é o ato de heroísmo que todos os rio-grandenses estão aptos a fazer, mostrando ser possível confluir quando interesses maiores estão em jogo.
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