terça-feira, 9 de fevereiro de 2021


09 DE FEVEREIRO DE 2021
+ ECONOMIA

Refap está mais perto da privatização 

Foi uma surpresa a informação, dada pela Petrobras ontem, de que a estatal desistiu da venda da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que fica em Araucária (PR). O motivo é o mesmo que costuma atrapalhar qualquer negócio: o preço oferecido foi baixo.

Em nota, a estatal reconheceu que "as condições das propostas apresentadas ficaram aquém da avaliação econômico-financeira" da unidade. E apesar de ter encerrado o processo atual, a Petrobras afirmou que pretende retomar a licitação para a refinaria do Paraná "tempestivamente", ou seja, em momento adequado.

É surpreendente porque circulava no mercado a informação de que Araucária atrairia mais interesse do que a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, por ficar perto do Sudeste, maior mercado do país. O potencial comprador era o grupo nacional Cosan (da maior produtora de etanol do Brasil, a Raízen, da rede de postos Shell, da empresa de gás e energia Compass e da Rumo, que comprou a ALL, de transporte ferroviário).

Em 19 de janeiro, a Petrobras informou recebido proposta da Ultrapar, dona da rede de postos Ipiranga, e encaminhava a privatização da refinaria gaúcha para a "negociação final". Nessa fase prevista no processo monitorado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), ainda pode haver desistência, mas pelos termos usados essa hipótese se tornou mais remota. Assim como em quatro outras unidades, informou a estatal, as tratativas sobre a Refap "continuam em andamento, visando a assinatura dos contratos de compra e venda". A estatal só usa esse tipo de projeção quando o risco de insucesso é muito baixo.

As demais na mesma fase são Reman, no Amazonas; Abreu e Lima, em Pernambuco; Gabriel Passos, em Minas Gerais; Lubnor, no Ceará; e Unidade de Industrialização do Xisto, no Paraná. Os negócios são parte do plano da Petrobras para se desfazer de ativos na área de refino e se concentrar na exploração do pré-sal. Uma refinaria está vendida: é a Landulfo Alves, na Bahia, pela qual o fundo soberano Mubadala pagará US$ 1,65 bilhão (R$ 8,86 bi).

MARTA SFREDO

Nenhum comentário: