13 DE FEVEREIRO DE 2021
FLÁVIO TAVARES
VACINA É VIDA
A peste da covid-19 inaugurou um período de medo e cuidados tão extremos, que, em contrapartida, fez a ciência desdobrar-se em pesquisas, mundo afora, e obter uma série de vacinas em tempo rápido, jamais visto na história da medicina. Em menos de um ano, temos uma dezena de vacinas desenvolvidas em diferentes métodos.
Se, no Brasil, não chegaram ainda ao grosso da população, deve-se unicamente à desorganização e reboliço do governo federal sob comando do próprio presidente da República. Primeiro, ele desmobilizou a população, tachando a pandemia de "gripezinha". Depois, criticou "a pressa" em desenvolver a vacina. Ao comprovar-se a eficácia da primeira delas, Bolsonaro frisou que "não se vacinaria". Enquanto isto, no Amazonas os infectados morriam asfixiados por falta de oxigênio.
No alto do poder, a peste mais devastadora da era moderna seguia sendo apresentada como um resfriado comum. Mais de 7 milhões de testes para detectar a pandemia continuam armazenados no aeroporto internacional de Guarulhos (SP). Prestes a vencer, 1 milhão deles irão para o miserável Haiti.
Paralelamente, o governo federal gastou centenas de milhares de dólares no estrangeiro comprando cloroquina, útil na malária e inútil (e perigosa) na covid-19, mas preferida por Bolsonaro.
Essa soma de disparates engendrou um estranho e absurdo movimento de negação da vacina, que se alimenta da ignorância das tais "redes sociais" que a telefonia celular transformou em comunicação direta.
A TV e a imprensa mostram o impacto da peste, enquanto as tais "redes" inventam absurdos sobre as vacinas. O mais grotesco mente que a vacina "pode mudar o DNA" pessoal e nos fazer meros robôs?
Para honrar a lucidez e a inteligência humana, cada um de nós, ao vacinar-se, propagará a vacina, mostrando que amamos a nós mesmos e ao próximo.
Outra vez, a mais respeitada rede de TV do país apresenta o programa Big Brother Brasil como "atração" e chama de "astros" um punhado de moços e moças em diálogos grosseiros e tolos. Quem melhor suportar a grosseria receberá R$ 1,5 milhão e se tornará "famoso".
Agora, em plena pandemia, o BBB virou modelo do absurdo, beirando a estultícia. Sem máscaras, muitas vezes em roupas íntimas ou de torso nu, proferem tolas intimidades como se fossem opiniões sobre o mundo e a vida, tudo num ambiente promíscuo, em meio a camas desarrumadas ou louça por lavar.
O palavreado tosco e chulo será modelo para a vida em si? Ou o absurdo atrai?
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