15 DE FEVEREIRO DE 2021
ARTIGOS
CIÊNCIA ROBUSTA, CONSCIÊNCIA DÉBIL
"Uma palavra pode mudar nossas memórias" - (Iván Izquierdo - in memoriam)
Existe uma enorme relação entre as mudanças e transformações aceleradas do nosso tempo, catalisadas pelos avanços científicos, tecnológicos e inovativos, e as possibilidades de chegarmos ou não a um mundo inclusivo, colaborativo e sustentável.
Fica também evidente a agigantada dependência relacional entre as questões chamadas econômicas, sociais e ecológicas, que, quando dispersas e desconectadas, são capazes de desencadear efeitos e conflitos incontroláveis.
Vive-se a originalidade radical de uma época em que a atividade humana é uma das principais forças geofísicas de alterações dos grandes ciclos do planeta, como a biodiversidade, o aquecimento global, o tema do carbono, a questão da água, as necessidades de energias limpas, crise sanitária, entre outras. Daí decorre a importância da compatibilização entre inovação e sustentabilidade, pois, quando isto não ocorre, precipita-se a decomposição do já frágil tecido social e econômico de nossa sociedade. Produzindo impactos para a humanidade que custarão muito mais para resolvê-los do que os pretensos benefícios que estariam trazendo.
Avanços científicos e desenvolvimento sustentável necessitam de muita aderência e atenção. Para que se possa interditar as escaladas de ameaças à biosfera em todas as suas formas. Por isso necessitamos de lideranças e governanças informadas por evidências científicas e com aptidão de preparar gestores públicos com habilidades de prevenir e manejar eventuais desastres (des)naturais. Criando uma cultura talentosa na sociedade para compreender e reconhecer mais a contribuição que a ciência já deu e dará à humanidade. Evidenciada hoje na celeridade com que foram desenvolvidas as vacinas para enfrentar a infeliz pandemia que nos assola.
De duas uma: ou alteramos o nível de compreensão dos indivíduos, governos, empresas, organizações e sociedade, para que os avanços do nosso tempo possam ser usados para o bem de todos, ou seguiremos à deriva, num mundo com ciência forte, mas com consciência débil. Só com isto superaremos os enormes desafios, para podermos viver num planeta colaborativo, desenvolvido sustentavelmente, inclusivo e humano.
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