quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021


03 DE FEVEREIRO DE 2021
DAVID COIMBRA

Os 30 melhores filmes da História

Como pude me apaixonar pela Rita Pavone? Francamente. Rita Pavone é uma cantora italiana que fez bom sucesso entre os anos 60 e 70. Eu era guri, e a amava. Mas, observando agora, aqui da distância segura das vésperas da ancianidade, vejo que Rita nunca foi o estilo de mulher que me atrai. Ela era pequena, magrinha e usava o cabelo bem curto.

Suspeito que me encantei por Rita por causa do cinema. Ela estrelou um filme de faroeste, italianos adoram filmes de faroeste, e minha madrinha Sônia me levou para assistir. Foi talvez o primeiro filme que vi no cinema, esse ou o dos Beatles, ao qual também fui com minha madrinha.

Agora veja que curioso: ambos os filmes eram musicais, e eu não gosto de musicais. Aquela cantoria interrompendo a ação me aborrece. Ainda assim, me tornei admirador dos Beatles e me enamorei por Ritinha. Foi a tal da magia do cinema que me mesmerizou. Aquele ambiente escuro e aconchegante, em que você exerce uma atividade coletiva e, ao mesmo tempo, intimista: você e dezenas de outras pessoas saem de suas identidades e entram, juntos, numa história, vivem uma nova vida, uma nova realidade. É bonito e bom.

Pois acontece que faz mais de um ano que não vou ao cinema, um recorde desde os tempos em que era levado às salas pela mão da minha madrinha. Sinto falta. Mas também sinto medo do vírus.

Houve época em que eu ia ao cinema três ou quatro vezes por semana, no mínimo. Assistia de tudo, até filme ruim. Hoje, tento ver só filme que me apeteça. O mesmo acontece com os livros. Antes, eu pegava um livro e tinha de ir até o final. Agora, se chego a um determinado ponto e já sei aonde o autor quer ir, e é um lugar que não pretendo frequentar, fecho o livro e não abro nunca mais.

Vivo fazendo isso com filmes da TV. Comecei a ver, achei bobagem, tiau, querido. Não temos tempo a perder, como diria Renato Russo.

Pois aí é que está o problema: tenho a impressão de que o número de bons filmes tem diminuído no século 21.

Outro dia conversava com meus amigos Cabeça e a Deinha. Eles querem dar ao seu jovem filho, o Gustavo, uma educação cinéfila, e passaram a lhe indicar filmes que apreciam. Lógico, o gosto é relativo, mas aí falamos de filmes com uma história verossímil e uma trama que capture o espectador, contada por atores competentes. Esse, para mim, para o Cabeça e para a Deinha, é um filme para se ver. Então, nos sentamos diante de um vinho branco, a Deinha só bebe branco, e deitamos a fazer uma lista. Aquela ideia me obcecou. Decidi escolher os 30 melhores filmes que agradariam a um rapagão inteligente, como o Gustavo, e talvez a você também. Foi um esforço supremo. Optei pelos mais modernos, não iria indicar Cidadão Kane ou Encouraçado Potemkin, por clássicos que sejam, porque a linguagem é antiga. Eis a minha lista imbatível:

O Poderoso Chefão

Era Uma Vez na América

Trainspotting

Perdidos na Noite

Os Bons Companheiros

O Banheiro do Papa

Um Estranho no Ninho

Platoon

A Marca da Pantera

Pulp Fiction

Cinema Paradiso

Blade Runner

Busca Frenética

Veludo Azul

Fargo

O Silêncio dos Inocentes

A Janela Indiscreta

O Último Imperador

Pequeno Grande Homem

O Nome da Rosa

A Queda

Feitiço do Tempo

A Primeira Noite de Um Homem

A Vida de Brian

Um Peixe Chamado Wanda

Os Gritos do Silêncio

O Exorcista

O Iluminado

O Bebê de Rosemary

O Sexto Sentido

DAVID COIMBRA

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