quinta-feira, 10 de julho de 2025


10 de Julho de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

É hora de os ricos pagarem mais imposto

Uma pesquisa realizada pela Atlas/Intel mostrou que 58% dos brasileiros são a favor de aumentar a taxação de bilionários, bancos e bets (que vem sendo chamada de "taxação BBB"). O índice poderia até ser mais elevado, dado que a soma dos brasileiros pobres e da classe média - que paga 27,5% de Imposto de Renda e o que sobra gasta outro tanto ou mais em tributos - é bem superior a esse índice.

Desde que concorreu pela primeira vez, em 1989, Lula promete taxar as grandes fortunas. Depois de perder três eleições, o metalúrgico assumiu o poder em 2003, foi reeleito em 2006 e em 2022 e não conseguiu seu intento. Pelo contrário, os bancos não têm o que reclamar dos governos do PT (nem dos outros), porque seus balanços têm mostrado lucros de dar inveja.

No Congresso, não é de estranhar a resistência ao aumento do imposto para os mais ricos, mesmo que essa seja a contrapartida para isentar assalariados que ganham até R$ 5 mil. Não é de estranhar porque há deputados e senadores muito ricos que, além do subsídio, recebem dividendos e acham legítimo não pagar imposto.

Na população em geral, a resistência é ideológica (por achar que é coisa do PT) ou fruto de desinformação, talvez porque muitos assalariados não tenham clareza do que é um milionário (ou bilionário).

Nos últimos dias, tem se multiplicado nas redes sociais, por obra de petistas e simpatizantes do atual governo, um trecho de entrevista dada pelo economista Paulo Guedes, quando era ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro. Disse Guedes ao podcast Flow, em setembro de 2022: "Os governos de centro-esquerda ficaram aí 30 anos e nunca tiveram coragem de botar a mão no andar de cima. Nós estamos falando de megabilionários que... É o que eu sempre disse: Você não tem de ter vergonha de ser rico, você tem de ter vergonha é de não pagar imposto."

O ministro também não ousou mexer com o andar de cima, talvez porque tenha lhe faltado respaldo ou porque sentiu que o Congresso não permitiria. Esse trecho da entrevista vale ser lembrado para mostrar que combater a imensa desigualdade tributária existente no Brasil não é coisa de esquerdista. _

Aliás

O Congresso Nacional terá oportunidade de fazer o país avançar nos próximos dias, quando for discutido o projeto de lei de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, compensando a perda de receita com a taxação dos mais ricos e quando forem discutidos os cortes de benefícios fiscais.

Não se trata de uma guerra de pobres contra ricos, como faz crer a campanha dos petistas nas redes sociais, mas de justiça fiscal.

Direção do PSDB convida prefeito de Guaíba para se filiar

Mesmo com a saída de Eduardo Leite, o PSDB gaúcho não entregou os pontos. Ao contrário, está em busca de líderes desconfortáveis em seus partidos para tentar compensar as perdas. Ontem, em Brasília, o prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata (PDT), foi convidado a se filiar.

Maranata tem o perfil que os tucanos querem. Além de não ser radical, é um político sem laços com o presidente Lula ou com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele não deu resposta, mas postou uma foto com a cúpula do PSDB. _

Como estão as PPPs para gestão de escolas do Estado e Capital

Após tragédia em Estação, uma pergunta se torna obrigatória

Dado que o autor do ataque em uma escola de Estação aparenta ter sérios problemas mentais, a pergunta obrigatória para prefeitos, secretários de Saúde, governadores, ministros e até o presidente da República é: como anda a saúde da sua gente?

Costumamos contabilizar o número de pessoas nas filas de cirurgias e de consultas com especialistas, mas a doença mental é, em geral, negligenciada. E mesmo quando detectada pelas famílias, a dificuldade de atendimento é imensa. Porque faltam psiquiatras e psicólogos na rede pública.

A sociedade precisa estar atenta aos sintomas. E os governos e planos de saúde precisam oferecer acesso à consulta especializada e ao tratamento. Para não ter depois que mandar as condolências às famílias destruídas. _

Projeto que estabelece direito à saúde mental avança na Câmara

Avançou na Câmara dos Deputados a proposta que estabelece o direito a saúde mental para crianças e adolescentes. A Comissão de Saúde aprovou o relatório do deputado Osmar Terra (MDB-RS) com parecer favorável ao projeto de lei 4.928/2023, da senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

O texto propõe mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao incluir expressamente o cuidado com a saúde mental como um dos direitos fundamentais do público infantojuvenil. O projeto também prevê a organização do cuidado em rede, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e a capacitação permanente dos profissionais envolvidos na assistência.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2021, o suicídio foi a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos e a quarta entre jovens de 20 a 29 anos. Entre 2010 e 2021, a taxa de mortalidade por suicídio cresceu 42% no Brasil. _

POLÍTICA E PODER

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