
Afinal, quanto Trump ganha com o tarifaço?
Impor tarifas é uma forma de Donald Trump provocar negociações e tentar fazer chantagem - caso do Brasil -, mas também é uma forma de aumentar a arrecadação. A palavra "tariff", em inglês, quer dizer "imposto de importação", que quase todos os países cobram, em maior ou menor grau.
Conforme dados registrados até junho, o tarifaço já gerou aumento na receita tributária. Só no mês passado, o total arrecadado com essa taxação foi de US$ 26,6 bilhões, acumulando nada menos do que US$ 108 bilhões no ano.
Nessa base de arrecadação, a receita quase duplicou em relação ao mesmo período de 2024, que acumulou US$ 55,6 bilhões, segundo dados do Departamento do Tesouro (equivalente nos EUA ao Ministério da Fazenda no Brasil).
Um dos objetivos de Trump é mesmo arrecadar mais, inclusive para reduzir outro déficit, não o comercial, mas o orçamentário. A aprovação da big, beautiful bill, que ele tanto defendeu, abriu novo rombo, estimado em ao menos US$ 3,8 trilhões.
E ao menos no discurso, Trump gosta de afirmar que esse custo será bancado pelos países taxados. Aproveita a relativa ignorância do americano médio, que não sabe que o imposto de importação é pago... por quem importa, portanto por empresas americanas, com custos distribuídos entre os consumidores americanos. _
Arrecadação com tarifas
Em junho US$ 26,6 bilhões
No 1º semestre de 2025 US$ 108 bilhões
No 1º semestre de 2024 US$ 55,6 bilhões
Vai cair a ficha do "bullying saindo pela culatra"?
Até os jornais americanos já diagnosticaram: politicamente, o efeito líquido da imposição de uma anormal alíquota de 50% sobre o Brasil só tem beneficiado o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ishaan Tharoor, um dos colunistas do jornal Washington Post, não fez mais do que traduzir o que se diz no Brasil desde a publicação da "cartinha" de Trump em sua rede social. Definiu o que o presidente dos EUA faz como "bullying" e afirmou que o plano está "saindo pela culatra".
Ao tentar atingir o governo que vê como um adversário, Trump comprou briga não com Lula ou o Supremo Tribunal Federal - um poder independente do Executivo, sem poder sobre tarifas -, mas com os habitantes de um país: não só os afetados de forma direta, que podem perder negócios e empregos, mas também os que têm noção de pertencimento.
Não é a opinião do jornal, apenas de um colunista, mas nestes dias em que a democracia americana é testada, é bom lembrar que o atual proprietário do Washington Post é Jeff Bezos, dono da Amazon e um dos big techers presentes à posse de Trump em 20 de janeiro. Ou seja, é de um aliado, ao menos em tese.
Sem legitimidade
Embora um dos objetivos de Trump seja arrecadar mais com a imposição de tarifas, não é o caso do Brasil. Os EUA têm superávit com o Brasil por ao menos 15 anos seguidos. Logo, não é legítima. Essa é uma rara oportunidade em que o "taco" - acrônimo em inglês para Trump sempre se acovardar - pode jogar a favor da estratégica maquiavélica do presidente americano. Ou seja, caso recue Trump atingirá mais facilmente seu objetivo político. Mas ainda será preciso descobrir em quanto tempo essa ficha vai cair. E se cairá. _
Investimento e alteração de sede na serra gaúcha
Parte da multinacional italiana Bondioli & Pavesi, a gaúcha BP Componentes Hidráulicos e Mecânicos, que faz peças para máquinas agrícolas e guindastes, vai investir R$ 50 milhões para mudar de sede em Caxias do Sul.
A nova estrutura terá 14 mil metros quadrados, mais do que o dobro da atual, de 5,5 mil metros quadrados. A unidade será instalada no lugar do parque fabril da antiga Sultêxtil, comprado pela BP. O complexo fica na Rua Cesare Cambruzzi, 475, no mesmo bairro em que a empresa já atua, o Santa Catarina. A previsão é que a nova fábrica comece a operar no segundo semestre de 2026.
O aporte de R$ 50 milhões vai ser usado para aquisição e reestruturação do local, modernização de equipamentos, automação e compra de uma linha de pintura. O novo complexo industrial terá quatro pavilhões, dos quais um destinado a novos negócios.
- A estrutura hoje está insuficiente para abrigar nossa expansão. O novo complexo fabril permitirá não só a ampliação dos produtos que já fazemos, mas sua diversificação, com a fabricação local de outras linhas de componentes - diz o CEO da BP, Antonio Belatto.
Quando a nova estrutura estiver em funcionamento em Caxias do Sul, o executivo projeta que o faturamento atual possa ser dobrado e que a equipe chegue a 200 funcionários. Hoje, são cerca de 150. Para 2025, a previsão de crescimento da BP é de 15%. _
As ruas mais valorizadas de Porto Alegre
O preço médio até está menor do que no levantamento anterior, mas a Rua Farnese, no bairro Mont?Serrat, ainda é considerada a rua mais cara de Porto Alegre, com média de R$ 7,9 milhões por imóvel.
A segunda edição do Monitor de Vendas por Rua considera 3,7 mil compras residenciais realizadas entre março e maio deste ano, com base em transações registradas pela prefeitura de Porto Alegre.
Foram incluídas só as ruas com ao menos três aquisições no período. A edição anterior da pesquisa da Loft considerava negociações entre janeiro e abril.
Atrás da Rua Farnese, que teve queda de R$ 8,6 milhões para R$ 7,9 milhões em preço médio por imóvel, aparecem as vias Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento, com tíquete médio de R$ 7,1 milhões, e Carlos Trein Filho, no Bela Vista, de R$ 6 milhões.
Na edição anterior, um imóvel na Rua Luciana de Abreu custava, em média, R$ 5,7 milhões, e na Rua Carlos Trein Filho, R$ 2 milhões, uma das maiores variações positivas da pesquisa.
- Reforça o dinamismo do mercado de alto padrão de Porto Alegre. Em um trimestre, ruas que estavam fora do topo do ranking passaram a figurar entre as mais valorizadas - diz o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi.
Entre os bairros com maior presença na tabela por preço médio, Moinhos de Vento, Bela Vista e Petrópolis estão à frente, com três ruas cada. No recorte por metro quadrado, a Rua Carlos Trein Filho lidera, com R$ 32,1 mil/m². A Rua Farnese, apesar da queda no preço médio por imóvel, mantém-se com a segunda área mais cara, R$ 22,8 mil/m² _
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