
16 de Julho de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira
Chantagem de Trump não intimidou a PGR
As 517 páginas das alegações finais do procurador-geral da República, Paulo Gonet, no processo de investigação da trama golpista de 2022, mostram que o representante do Ministério Público Federal não se intimidou com a chantagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Gonet pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por cinco crimes, por liderar uma organização criminosa que teria articulado medidas contra a ordem democrática após as eleições de 2022.
Pedir a condenação equivale a pedir a prisão. Se o Supremo Tribunal Federal (STF) condenar Bolsonaro em todos os crimes de que é acusado, a pena pode chegar a 43 anos de detenção.
Não significa que os ministros concordarão com o procurador, que encerrou a instrução do processo pedindo a condenação não só do ex-presidente, como de outras sete pessoas próximas a ele - civis e militares.
Manifestação seguiu linha da denúncia
O documento não indica que Gonet tenha pesado a mão depois do tarifaço de Trump, que impôs sobretaxa de 50% para as exportações brasileiras. O procurador-geral seguiu a mesma linha da denúncia que transformou em réus o ex-presidente e aliados dele no planejamento e na tentativa de execução da trama golpista, a maioria ex-ministros.
A diferença é que as alegações finais organizam com mais clareza as provas que embasam a denúncia e levam em conta os depoimentos dos réus perante o STF. Quem acompanhou os depoimentos saiu convencido de que os réus podem não ter se enrolado mais do que já estavam, mas nenhum conseguiu melhorar a situação no interrogatório. Se era visível para o público leigo, dificilmente seria diferente para o procurador-geral.
Paulo Gonet usou 137 das 517 páginas para esclarecer o papel de Bolsonaro na trama golpista e apresentar as provas colhidas ao longo da investigação. São provas testemunhais e materiais, parte delas obtidas a partir da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens. _
O ex-governador Tarso Genro promoveu um encontro esta semana de líderes de esquerda e centro esquerda para discutir a eleição de 2026. Participaram representantes da federação PT-PCdoB-PV-Rede e de PDT, PSOL e PSB.
Reunião esvaziada
O Piratini destacou três secretários e técnicos da Secretaria da Reconstrução para apresentar o status da recuperação do Estado no pós-enchente na Assembleia ontem.
O tema, porém, não foi suficiente para atrair a atenção dos parlamentares: pouco mais de 10 deputados (dos 55) compareceram e a maior parte saiu ainda durante a primeira hora.
Às 18h, restavam cinco.
O líder do PT, Miguel Rossetto, que cobrou a prestação de contas, também ficou pouco tempo. _
Secretário diz que Leite está agindo
Em resposta às críticas desta coluna sobre a falta de manifestação mais dura do governador Eduardo Leite ao tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o secretário de Comunicação, Caio Tomazeli, diz que o Piratini não está parado.
Leite vai se reunir hoje com o cônsul dos EUA em Porto Alegre, Jason Green, e está conversando com outros governadores. O Piratini, segundo o secretário, também avalia os prováveis impactos na economia do Estado e pretende realizar encontros com entidades empresariais. _
Foi o machismo, afirma Covatti
Foi o machismo sofrido por Silvana Covatti (PP) que a tirou da disputa pelo Piratini em 2026 e motivou o lançamento da pré-candidatura do filho, Covattinho (PP), a governador. Essa foi a versão contada pelo patriarca da família, Vilson, durante evento na Assembleia Legislativa, no dia 9 de julho.
Atual secretário do Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti representava o governo durante o ato de instalação da frente parlamentar pela saúde da mulher rural - da qual Silvana, sua esposa, é presidente.
Durante o discurso, Covatti afirmou que Silvana não foi candidata a vice de Eduardo Leite em 2022 porque "o machismo tirou".
- E agora, mais recentemente, o nome dela foi agraciado pelas mulheres e por ela para ser candidata a vice de uma chapa, qualquer chapa que quisesse ser vitoriosa. Não é a Silvana que daria eleição para um candidato a governador, seriam as mulheres que dariam a eleição para um governador. Mais uma vez, o machismo a tirou de candidata a vice - disse o secretário.
Vilson disse ainda que o filho se lançou pré-candidato para proteger a mãe e afirmou que ela concorrerá a deputada federal. Até o ponto que o seu filho falou: "Mãe, tu está sofrendo demais, tu não merece estarem te humilhando".
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