Na esperança de queixas de café da manhã mais caro
O café da manhã do americano pode ficar mais caro com o tarifaço de 50% de Donald Trump sobre produtos brasileiros, o que pode ser uma ajuda na argumentação dos brasileiros sobre o absurdo da taxa.
O consumo nos Estados Unidos tem certa dependência do café e do suco de laranja exportados pelo Brasil. A produção nacional da bebida responde por muito mais do que a metade - cerca de 70% - das importações americanas do produto, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). E conforme a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), 34% de todo o grão consumido pelos americanos é brasileiro.
A partir de 1º de agosto, os dois produtos - e qualquer outro exportado pelo Brasil - vão ser taxados em 50% quando entrarem nos EUA, pressionando o preço final. Os importadores, formalmente, arrecadam o imposto elevado por Trump. No entanto, como impostos fazem parte do custo, não são os compradores que costumam arcar com o valor. O resultado é que os consumidores americanos podem acabar pagando o tarifaço, o que tem potencial de elevar a pressão para Trump aliviar a medida.
Ação contra tarifaço
Vai dar certo? Ainda não se sabe, mas duas importadoras de suco de laranja, Johanna Foods e Johanna Beverage Company, já recorreram contra o tarifaço de 50%. Uma das formas estudadas pelo Brasil para fazer frente às novas taxas é justamente se aliar às empresas que compram produtos brasileiros.
Do outro lado da equação, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), de janeiro a junho de 2025, mostram que os EUA absorvem boa parte da produção dos dois segmentos. Do total de café exportado pelo Brasil no período (US$ 7,8 bilhões), 16,6% (US$ 1,3 bilhão) vão para os lares americanos. No caso do suco de laranja, a dependência do mercado dos EUA é maior, porque absorve 43,6% (US$ 654,7 milhões) de tudo o que é comercializado com outros países (US$ 1,5 bilhão).
E os ovos? As vendas brasileiras aos EUA decolaram 816% de janeiro e abril, comparadas às do mesmo período de 2024. Isso ocorreu porque o surto de gripe aviária por lá aniquilou aves e fez os preços também decolarem. Por isso, os americanos autorizaram, em fevereiro, a importação de ovos para consumo humano do Brasil. Depois disso, os EUA também se tornaram os maiores compradores do produto brasileiro. _
O presidente Lula falhou com a diplomacia, mas não com a verdade, ao acusar o "colega" Donald Trump de mentir, ontem. Não estressou o mercado: o dólar virou de oscilação de alta para de baixa. Só a bolsa caiu forte, perto de 1%.
Shopping fora da caixa vai estrear até o final do ano
No último trimestre deste ano, vai começar a abrir as portas um novo shopping a céu aberto - ou seja, fora da caixa - em Porto Alegre. Adiantado pela coluna em 2019, o Bordaza Shopping ainda está em obras.
Na visita da coluna ao local, é possível ver que o empreendimento no complexo Carlos Gomes Square, que tem ainda duas torres comerciais e uma residencial, está com a estrutura montada. A abertura será gradual, à medida que os espaços forem ocupados.
Do potencial de 42 lojas (o número final depende da ocupação eventual de mais de uma por lojista), oito já estão definidas. Haverá retornos e estreias de marcas, como o tradicional Dado Bier Food Hall, que volta à atividade após fechar no final de 2024, e a primeira operação do Giardino di Mamma Gema em Porto Alegre, restaurante italiano com origem em Bento Gonçalves. O restaurante Makoto Okuwa, de culinária japonesa, também chega à Capital a partir do Bordaza. Presente no Brasil apenas em São Paulo, a marca de 25 anos também está em cidades como Miami e Madrid.
Além da entrada pela Avenida Carlos Gomes, haverá outra, para carros, pela Alameda Alceu Wamosy. No subsolo, são 515 vagas de estacionamento. Como o prédio ao lado, o corporativo Carlos Gomes Center, pertence ao mesmo grupo, nos finais de semana os visitantes terão mais cerca de 400 vagas disponíveis, chegando a 1 mil.
O empreendimento tem cerca de 50 mil metros quadrados. A área verde chama a atenção de quem circula pelo local e inclui uma figueira que, durante a obra, recebeu até injeções de oxigênio para se manter saudável.
Para quem, como a coluna, ficou curioso sobre o nome do shopping, o sócio Matheus D?Agostin explica: é uma combinação dos sobrenomes dos empreendedores: Bortocello, D?Agostin e Zaffari (não o grupo, alguns integrantes da família). _
Como está o interesse em hidrogênio verde no RS
Com prazo de inscrição com encerramento previsto para este sábado, o edital de R$ 102 milhões do governo estadual atraiu ao menos quatro empresas das 13 com memorandos de entendimento assinados com o Piratini para produção de energia limpa no Estado. White Martins, Shizen Energy e Begreen Bioenergia e Fertilizantes Sustentáveis, além de uma participação conjunta entre En.It e sua subsidiária Ventos do Atlântico, confirmam interesse. Outras nove ou não preveem inscrição ou não responderam à consulta da coluna.
As empresas que atenderem aos critérios e cumprirem todas as etapas poderão receber até R$ 30 milhões por projeto a fundo perdido (sem necessidade de devolução). A contrapartida mínima exigida das empresas é de 30%, o que significa que cada empreendimento representaria investimento de R$ 39 milhões.
Resultado preliminar do edital será apresentado até 1º de agosto. Após período para interposição de recursos administrativos, o resultado final deve ser divulgado até 8 de agosto.
O hidrogênio verde é um combustível produzido por processo conhecido como eletrólise, que exige grande volume de água e de energia. O "verde" é referência ao uso de fontes limpas de energia, em oposição ao "cinza", que tem fonte fóssil. _
Expansão via franquia
Com plano de chegar a 50 novas unidades até 2026, o Grupo Press iniciou sua expansão por franquias. Abriu ontem um Press Café em Passo Fundo. Fica no segundo piso do Passo Fundo Shop- ping e marca a estreia do grupo fora de Porto Alegre. A escolha passa pelo potencial de mercado da região, diz a fundadora e CEO do Grupo Press, Carla Tellini, que foi à cidade acompanhar a instalação. _
Ecovix fora da RJ
Quase uma década depois, a Ecovix saiu da recuperação judicial na terça-feira. A empresa que é dona do Estaleiro Rio Grande havia pedido proteção contra credores em 2016, durante a crise do setor naval, com fim de contratos para construção de navios, gerando passivo de R$ 6 bilhões. Em novembro, a Ecovix venceu a primeira licitação de construção de navios para a Petrobras, com encomenda estimada em R$ 1,7 bilhão. _
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