sexta-feira, 25 de julho de 2025



25 de Julho de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Esse (também) é um exemplo do país da COP30 em Belém

Felizmente, há bons exemplos - e eles vêm do Rio Grande do Sul - para serem mostrados ao mundo durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém, em novembro. O Estado foi um dos destinos escolhidos pelo Sistema OCB para receber a terceira edição da imersão em cooperativismo pré-COP30. Ao longo desta semana, representantes de ministérios, organismos internacionais e entidades empresariais percorreram diferentes cidades para conhecer exemplos de sustentabilidade e inclusão promovidos por cooperativas de diferentes ramos de atuação.

Com o apoio do Sistema Ocergs, a iniciativa, além de salientar o papel do cooperativismo diante dos desafios climáticos, busca garantir um espaço para o setor na COP.

- O que hoje chamamos de agenda ESG não é novidade para as cooperativas. Pelo contrário: está no DNA do cooperativismo - justifica a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Debora Ingrisano.

Roteiro

A programação começou pelos ramos agropecuário e de crédito, com apresentação do trabalho das cooperativas Coasa e Cresol, em Água Santa, na Região Norte. Depois, o grupo teve a oportunidade de conhecer a vinícola Aurora, em Bento Gonçalves, e as boas práticas da Sicredi Pioneira, primeira cooperativa de crédito da América Latina.

Em Nova Petrópolis, o grupo passou ainda pelo memorial ao padre Theodor Amstad, patrono do cooperativismo no Brasil, instalado junto ao prédio da Caixa Rural. A imersão foi encerrada em Porto Alegre, com a experiência da cooperativa de trabalho Cotravipa.

Os delegados ficaram impressionados com as ações das cooperativas gaúchas, inclusive com o desempenho dos negócios. _

Entrevista - Maílson da Nóbrega - Economista e ministro da Fazenda no governo de José Sarney

"Estamos lidando com um sujeito megalomaníaco"

Economista e ministro da Fazenda no governo de José Sarney, Maílson da Nóbrega liderou importantes esforços para combater a hiperinflação no Brasil no final dos anos 1980. À coluna, ele falou sobre o "tarifaço" que o presidente americano, Donald Trump, pretende impor ao país a partir de agosto.

? Que avaliação o senhor faz sobre a crise?

Essas tarifas são uma completa estupidez, porque quebram regras que foram estabelecidas graças à liderança dos próprios EUA no pós-guerra, em que o mundo passou a ser governado em suas relações financeiras e comerciais com base em regras e não em poder bélico e econômico, como no passado. Com Trump, está prevalecendo a lei da selva. Em resposta a uma pergunta sobre o motivo de aplicar tarifas ao Brasil, ele disse: "Porque eu posso". E é verdade, ele pode. Mas o que tinha funcionado até agora era a regra como balizador das negociações. Por exemplo, se você tiver uma disputa comercial na Organização Mundial do Comércio (OMC), o que iria valer não é o poder econômico, mas as regras. Há outra estupidez, que é a ideia da tarifa recíproca. As tarifas são diferenciadas por países em função da sua competitividade. A terceira é usar a tarifa como arma de negociação comercial. Pior do que isso, como arma política, com a ideia de interferir em decisões internas dos países. (...) Ele quer interferir nas instituições do Brasil. E, finalmente, o Brasil perde muito com isso. Mas os americanos também vão sofrer. Porque o café da manhã americano tem sempre suco de laranja, ovo e café, que importam do Brasil.

Tudo é bravata de Trump?

É inédito. Os fundadores da nação americana devem estar se remexendo no túmulo: ver um presidente destruindo um conjunto de regras que eles construíram e que gera prosperidade. Até pode ter outro país, nunca ouvi falar de algo parecido, em que a tarifa aduaneira se transforma em arma. The Economist, em fevereiro, mostrou que o projeto de poder global do Trump, e isso inclui as tarifas, tem métodos de ação semelhantes aos da máfia. Ou seja, intimidação, ataque e chantagem. É difícil negociar com um país que adota esse tipo de estratégia.

Como o senhor avalia as ações do governo brasileiro?

Têm um lado certo e um incorreto. O certo inclui os trabalhos conduzidos pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. O trabalho do Itamaraty, a articulação com os empresários, a provocação para um encontro com os EUA, tudo isso está caminhando de maneira muito competente. E tem um lado incorreto, que é a atitude de Lula. O presidente recebeu um presente do Trump, que é situar os EUA como inimigo externo do Brasil. E, como sabemos, em todo o mundo, quando há inimigo externo, o país se une contra ele. Isso resulta em apoio ao governo da ocasião. 

Tanto que a popularidade de Lula melhorou. Ao mesmo tempo, está adotando postura que é tudo pela reeleição. Então, quer aproveitar ao máximo para falar mal do Trump. Chamou Trump de irresponsável no Brics. Disse que, se Trump estivesse no Brasil e tivesse feito o que fez em 6 de janeiro de 2021, estaria preso. E com zombarias: "Vou mandar jabuticaba para Trump". Ninguém tem dúvida que tem que defender a soberania nacional, mas não precisa fazer isso atacando o outro lado. E estamos lidando com um sujeito megalomaníaco. Ele não avalia as consequências das medidas que toma.

Como o senhor avalia a ideia da lei da reciprocidade?

Seria uma catástrofe. Primeiro porque o Trump disse que se o Brasil retaliar, ele acrescenta aos 50% aquela tarifa que o Brasil retaliou. Acho que não é produtivo adotar postura de bravata, de ataque. Pode até deixar o PT fazer isso, não o governo. O presidente deve adotar atitude de serenidade, de calma, resistir à tentação quando aparece o microfone na frente. Para usar isso em benefício de sua popularidade. E deixar que profissionais do governo, e há muitos, conduzam as negociações silenciosamente. _

CMS terá novo comandante a partir de 13 de agosto

O Comando Militar do Sul (CMS) terá um novo comandante. O general de Exército Hertz Pires do Nascimento passará a gestão para Luís Cláudio de Mattos Basto, também general de Exército. A troca ocorrerá no próximo dia 13 de agosto.

Hertz deixa o CMS para assumir o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército (DTC), em Brasília.

Já Basto, anteriormente, atuava como Secretário-Geral de Exército, também na capital federal. _

INFORME ESPECIAL

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