
Pancada de Trump vai doer menos do que se temia
Não por caridade, mas em defesa dos interesses dos consumidores do seu país, o presidente Donald Trump aliviou, e muito, o impacto do tarifaço de 50% sobre os produtos importados do Brasil. Apesar de o documento em que confirma a tarifa adicional, a vigorar dentro de sete dias, ser baseado principalmente em alegações de natureza política, a boa notícia é que setores importantes da economia brasileira entraram numa extensa lista de exceções.
A avaliação preliminar é de que o prejuízo será bem menor do que os R$ 19 bilhões que teriam efeito arrasador no PIB brasileiro.
Na longa lista de exceções estão produtos essenciais ao consumidor americano, como suco de laranja e polpa de frutas. O que mais alivia para o país é a inclusão da aviação civil na lista de exceções, o que salva a Embraer. Minério de ferro, petróleo e gás, assim como fertilizantes, também seguirão com tarifa de 10%.
Alívio para uns, prejuízo para outros
Para o Rio Grande do Sul, a melhor notícia é a inclusão da celulose na lista de exceções, notícia importantíssima para a CMPC, que exporta uma parte relevante da sua produção para os Estados Unidos e estava se preparando para remanejar as cargas para o Chile. Outro setor da economia gaúcha que ficaria em apuros com a taxação de 50%, mas foi poupado, é o da madeira.
Dos produtos exportados pelo Rio Grande do Sul, o mais importante entre os que serão submetidos à tarifa de 50% é a carne - a menos que nos próximos sete dias a lista de exceções seja revisada e ampliada. O setor calçadista também não escapou, o que praticamente inviabiliza as exportações para os EUA. Também foram taxados o tabaco, que afeta a região de Santa Cruz do Sul, e o setor armamentista, muito forte em Montenegro e no Vale do Sinos.
A motivação alegada por Trump só é compreensível à luz das manifestações anteriores dele em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e das empresas de tecnologia dos Estados Unidos, que não querem se submeter às leis brasileiras. _
No resumo da ópera, pode-se dizer que Trump recuou sem que o Brasil precisasse ceder nas questões que envolvem a soberania. Na prática, quase metade dos produtos comprados pelos Estados Unidos seguirá livre do tarifaço.
Prefeito de Jaguari apresenta plano de reconstrução e resiliência climática
Pouco mais de um mês depois de ter sido uma das cidades mais afetadas pelas cheias de junho de 2025, a prefeitura de Jaguari elaborou uma proposta de reconstrução e resiliência climática que promete ser referência para municípios de pequeno porte. Ontem, o prefeito Igor Tâmbara apresentou o Plano Missão Reconstruir Jaguari ao governador em exercício, Gabriel Souza.
A iniciativa é a primeira do Estado elaborada com alinhamento formal ao Plano Rio Grande. O Missão Reconstruir está estruturado em três eixos: Reconstruir para Voltar, Cuidar de Quem Perdeu e Prevenir para Não Parar. _
Gravataí pede ajuda de empresários para construir hospital
Diante da capacidade de atendimento inferior à demanda no Hospital Dom João Becker, o único da cidade, o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, está engajando empresários locais para viabilizar a construção de um novo prédio.
O caminho para isso será o Programa Pró-Hospitais, que permite a empresas destinarem até 5% do ICMS devido para financiar hospitais públicos e filantrópicos, e que está perto de ser implementado no RS.
A instituição tem 190 leitos para atender à demanda de uma cidade com 265 mil habitantes.
O projeto do novo prédio está orçado em R$ 300 milhões. _
EUA tentam asfixiar Moraes por razões políticas
No dia em que amaciou o tarifaço imposto ao Brasil, o governo dos Estados Unidos cumpriu a ameaça de enquadrar o ministro Alexandre de Moraes na draconiana Lei Magnitsky.
A ameaça vinha sendo feita nas redes sociais nos últimos meses por dois brasileiros que estão no comando da articulação contra o Supremo Tribunal Federal, o ainda deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Figueiredo, neto do general João Figueiredo, último presidente da ditadura militar.
Nas publicações de Eduardo e Figueiredo fica clara a estratégia de amedrontar os ministros do Supremo para que aliviem a mão no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Não se trata apenas do cancelamento do visto de entrada nos EUA, mas de uma asfixia financeira, de tal forma que o ministro não possa ter nem cartão de crédito de bandeira norte-americana ou banco que opere nos Estados Unidos.
Os ministros do STF não vão aliviar a pena de Bolsonaro temendo represálias. E Xandão não tem conta nem bens nos Estados Unidos e está com o visto vencido há dois anos. _
Apoio ao ministro
Mesmo em férias, o governador Eduardo Leite fez questão de se manifestar, no X, sobre as sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes:
"Alexandre de Moraes é um cidadão brasileiro. Não é necessário concordar com todas as decisões do ministro para repudiar a medida imposta pelos EUA. Trata-se de um ministro da nossa Suprema Corte, escolhido pelo nosso presidente da República, referendado pelo nosso Congresso e exercendo suas funções de acordo com as nossas leis, gostemos ou não". _
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