quinta-feira, 17 de julho de 2025


17 DE JULHO DE 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Tarifaços de Trump tornam os EUA menores

Se Donald Trump conhecesse um pouco de relações internacionais perceberia como seu slogan MAGA (Make America Great Again) tem, potencialmente, um efeito inverso. Os Estados Unidos não estão se tornando maiores de novo. Ao contrário, a América está se apequenando em eixos que a tornaram, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, a grande potência global.

Quando se utiliza a métrica da paridade de poder de compra, a China ultrapassou os EUA como maior economia do mundo em 2013, conforme o Banco Mundial (Bird). Nesta semana, um relatório de 91 páginas chamado The Price of Retreat: America Cedes Global Leadership to China, apresentado por senadores democratas no Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, revelou como a vacância americana na diplomacia, com cortes drásticos no Departamento de Estado, e em programas como o USAID por parte da administração Trump abriram espaço para uma expansão da influência chinesa.

Como em política não há vácuo de poder, a China está preenchendo o vazio. Logo após cortes, Pequim passou a financiar vacinas, programas alimentares e cooperação em saúde em países da África (Uganda, Zâmbia), Ásia e América Latina.

As tarifas sobre aliados tradicionais, como a que agora se apresenta, e cortes em programas de intercâmbio científico têm afetado parcerias, abrindo espaço ao avanço chinês.

Os dados

Um levantamento do Pew Research Center, de Washington, divulgado na terça-feira, mostra que uma média de 41% dos entrevistados em 25 países vê a China como a maior potência econômica atual, contra 39% que avaliam ser os EUA. Há dois anos, os EUA lideravam com 41%, contra 33% da China. No Brasil, os EUA ainda lideram, com 40% (queda de dois pontos em relação a 2023) contra 36% da China (aumento de seis pontos).

Sem dúvidas, os EUA ainda são a maior potência em termos nominais na economia - e a única superpotência global em termos militares, como ficou evidente no ataque ao Irã recentemente. Mas o mundo não é mais como na Guerra Fria. No cenário atual, poder não se traduz apenas em porta-aviões ou dólares circulando - mas em presença, influência e capacidade de articulação global. O slogan de Trump pode até ecoar entre seus seguidores, mas, na prática, está tornando a América menor - e a China, maior. _

Soberania do Brasil

A carta de Donald Trump a Lula citando as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) como "violação fundamental da liberdade de expressão" e as críticas às ações do ministro Alexandre de Moraes têm dividido a opinião dos brasileiros sobre a interferência do americano na soberania do Brasil.

A coluna questionou o ministro aposentado do STF, Carlos Ayres Britto, sobre o assunto. Veja as respostas ao lado. _

Perguntas e respostas

Como o senhor analisa as declarações de Trump e a ameaça de tarifaço?

Com todo o repúdio da minha parte, toda estranheza e indignação até. O primeiro princípio das relações internacionais do Brasil, o artigo 4º, número 1 da Constituição, portanto, é o da independência, da soberania nacional. E o presidente da República, Luiz Inácio (Lula) da Silva, não falou de represália, falou de reciprocidade, está agindo segundo os termos do artigo 4º: independência nacional, prevalência dos direitos humanos, etc., mas tudo começando com independência. Ou seja, soberania do país como um todo, autodeterminação dos povos, não intervenção, igualdade entre os Estados. O presidente da República, em princípio, está certo. Até porque está defendendo princípios, literalmente, da Constituição Federal.

Como o senhor espera que possa haver uma saída para a crise?

É um assunto típico (da diplomacia), mas não podemos aceitar bravata de ninguém, ameaça de ninguém, sanção individual de nenhum outro país estrangeiro.

Professor da UFRGS recebe honraria na Suécia

Um dos grandes nomes da ciência brasileira, o professor Marco Aurélio Vaz, especialista em Biomecânica e Cinesiologia, e docente do Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), receberá no dia 30 o Prêmio Muybridge, a mais alta honraria da Sociedade Internacional de Biomecânica (ISB).

A premiação será entregue em Estocolmo, na Suécia, e reconhece realizações excepcionais ao longo da carreira em Biomecânica e leva o nome de Eadweard J. Muybridge (1830-1904), pioneiro no uso da cinematografia para estudar o movimento humano e animal.

Desde sua criação, em 1987, esse prêmio foi concedido a apenas 19 cientistas. _

Reitora participa de eventos na ONU

A reitora da UFRGS, Márcia Barbosa, está em Nova York, nos EUA, participando de uma série de atividades na Organização das Nações Unidas (ONU).

Como vice-presidente do International Science Council (ISC), Márcia integra a delegação da entidade no Fórum Político de Alto Nível, plataforma da ONU responsável pelo monitoramento e revisão da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Na segunda-feira, a reitora acompanhou Robbert Dijkgraaf, presidente do ISC, na Assembleia Geral da ONU, onde foi debatido como financiadores e comunidade científica podem colaborar para alcançar os Objetivos da ONU.

Já na terça-feira, Márcia participou de um painel dedicado à ciência, em comemoração ao Dia da Ciência. No evento, foram apresentados casos de sucesso em que avanços científicos contribuíram de forma inclusiva para o cumprimento dos ODS.

Márcia ainda terá agendas amanhã, com um debate sobre Ensino Superior, e na próxima terça-feira, em uma reunião sobre clima. _

Animais silvestres na orla do Guaíba

Quem circula pela orla do Guaíba, em Porto Alegre, tem deparado com placas de sinalização que alertam para a presença de animais silvestres, como capivaras, aves e cágados. As sinalizações estão instaladas na direção da Avenida Praia de Belas, principalmente entre a foz do Arroio Dilúvio e o Anfiteatro Pôr do Sol.

Ao todo, são 12 placas - seis foram colocadas ainda em maio, e as demais, agora em junho. A iniciativa é uma parceria entre Gabinete da Causa Animal (GCA), EPTC e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre.

Os primeiros registros de capivaras na região da foz do Arroio Dilúvio ocorreram em dezembro de 2024. Com o aumento do nível do Guaíba nos últimos meses, os grupos de capivaras que viviam no local migraram para a área do Anfiteatro Pôr do Sol.

- É importante lembrar que esses animais são protegidos por lei. Eles estão em seu habitat natural e não devem ser retirados. Também não devemos alimentá-los ou nos aproximar, pois não sabemos como um animal silvestre pode reagir - explicou Tatiana Guerra, secretária do Gabinete da Causa Animal. _

INFORME ESPECIAL

Nenhum comentário: