
29 de Julho de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira
Aos poucos, Leite vai se afastando do bolsonarismo
No último dia de trabalho antes da semana de férias que vai tirar no Rio Grande do Norte, o governador Eduardo Leite (PSD) usou palavras mais duras para definir o papel de Eduardo Bolsonaro no tarifaço imposto pelos EUA.
No Rio de Janeiro para um debate com o prefeito Eduardo Paes (PSD), Leite classificou como "imperdoável" a atitude de Eduardo Bolsonaro, que dos EUA conspira contra o Brasil ao tentar convencer autoridades a retaliarem o Brasil para tentar livrar o pai no processo a que responde por tentativa de golpe.
O governador gaúcho também se manifestou com firmeza contra a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem declarou voto em 2018, quando disputou o segundo turno contra Fernando Haddad. À época, Leite justificou que sempre que o PT estivesse de um lado, ele estaria do outro. Em 2022, Leite foi apoiado pelos petistas no segundo turno, mas se manteve neutro na eleição presidencial, embora tivesse criticado Bolsonaro pela atuação na pandemia.
Na conversa organizada pelo jornal O Globo, Leite e Paes concordaram que não cabe ao Congresso aprovar anistia a Bolsonaro, nem ao futuro presidente conceder-lhe indulto.
Isso não é pouca coisa porque os outros presidenciáveis do lado oposto ao de Lula - Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Romeu Zema (Novo) - prometeram indulto a Bolsonaro.
Antipolarização
Leite endureceu o discurso porque está claro que quer conquistar os corações e mentes de quem está cansado de Lula e de Bolsonaro. Pesquisas mostram que a maioria dos eleitores não é lulista nem bolsonarista - e é nesse nicho que Leite pretende entrar. Isso também explica os discursos em que divide a responsabilidade pelo tarifaço entre os Bolsonaro e Lula, acusando o presidente brasileiro de fazer bravatas em vez de dar o primeiro passo e procurar Trump para negociar. _
Reunião frustra industriais
Os líderes da indústria que participaram no Palácio do Planalto do lançamento de um plano de estímulo às exportações para micro e pequenas empresas saíram frustrados por não terem conseguido falar com o presidente Lula. Sentado na segunda fila, o presidente da Fiergs, Cláudio Bier, esperava poder entregar em mãos a carta dos industriais gaúchos com pedidos a Lula, mas precisou entregá-la a um assessor, porque mal terminou a solenidade o presidente saiu da sala sem falar sobre tarifaço.
Bier conseguiu entregar em mãos a carta endereçada ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que ficou no salão para conversar com os empresários. Alckmin foi gentil, mas não adiantou que medidas o governo planeja adotar para socorrer as indústrias.
- Esta é a terceira vez que venho a Brasília desde que o tarifaço foi anunciado. A situação é extremamente preocupante. Exportamos produtos de alto valor agregado, que não podem simplesmente ser mandados para outros destinos - disse. _
Gisele Bündchen destina R$ 9 milhões para escolas da Capital
Conhecida mundialmente, a modelo gaúcha Gisele Bündchen destinou R$ 9 milhões para o Instituto Cultural Floresta, por meio do Fundo Luz Alliance em parceria com a BrazilFoundation, para obras em três escolas de Porto Alegre.
As obras custarão R$ 12,5 milhões - a diferença será captada pelo Floresta. A iniciativa integra projeto da prefeitura de Porto Alegre para ampliação de vagas ao longo dos próximos anos. Os três colégios foram severamente atingidos pela enchente do ano passado.
Desde o início da tragédia, o Fundo Luz Alliance e a BrazilFoundation se uniram para mobilizar recursos junto a doadores individuais, grandes empresas e marcas globais para levar apoio às vítimas. _
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