01 DE AGOSTO DE 2023
POLÍTICA MONETÁRIA
Copom começa hoje a definir o primeiro corte no juro em um ano
Encontro do colegiado do BC se encerra amanhã com a expectativa de iniciar a redução do atual patamar da taxa Selic
Os holofotes da economia nacional estão, outra vez, apontados para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que começa hoje com a expectativa de que amanhã ocorra a primeira redução da taxa básica de juro no período de um ano no país. A Selic não foi alterada nos últimos sete encontros seguidos do colegiado e está no patamar de 13,75% ao ano desde agosto de 2022, o que, com base em fundamentos macroeconômicos, é considerado nível muito elevado para o cenário atual.
O principal elemento que sustenta as projeções de um corte de 0,5 ponto percentual no término do quinto compromisso do Copom em 2023 é o alívio na pressão sobre os preços da economia. A primeira deflação registrada neste ano, em junho, recolocou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dentro dos intervalos previstos pelas metas inflacionárias em 2023 no acumulado de 12 meses. Se antes disso as expectativas já giravam em torno do reinício de um ciclo de baixas para os juros, agora, a questão é tratada como fundamental.
- Não dá mais para perder tempo, o cenário pede uma atuação mais forte. Não existem condições para que o BC dê menos de meio ponto, nada justificaria que o corte venha abaixo disso - resume Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Mauro Rochlin, doutor em Economia pela UFRJ, professor da FGV/Ibre, acrescenta elementos que reforçam essa movimentação, como a taxa de desemprego e o cenário internacional. Ele relembra que já se acreditava em redução de 0,5 ponto em junho, mas, por fatores que envolvem uma queda de braço entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o do BC, Roberto Campos Neto, a instituição precisou realizar uma "marcação a mercado" para defender aspectos de sua autonomia.
- Não fosse isso, eu cravaria redução de 0,5 ponto, porque não é deste momento que já existe espaço para isso - argumenta.
Com base nos cenários, mais do que o tamanho do corte, os sinais do comunicado do Copom amanhã deverão apontar até onde se pretende chegar. É o que afirma o economista e professor da UFRGS, Marcelo Portugal, ao lembrar que a inflação está no atual patamar por alguns fatores. O primeiro, destaca, é justamente a atuação do BC que manteve a estratégia por um ano.
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