Jaime
Cimenti
A maior aventura de todos os
tempos
Papillon
- O homem que fugiu do inferno, romance clássico moderno que se tornou símbolo
de coragem e emoção, segundo a lendária revista The New Yorker, foi lançado na
França em 1969 e tornou-se best-seller internacional. A história da fuga de um
homem inocente, de um presídio terrível de onde ninguém escapara, foi
considerada uma das maiores aventuras de todos os tempos e segue encantando
leitores mundo afora. Henri Charrière, o autor, foi militar na Marinha
francesa.
Após
entrar para a reserva, passou a praticar pequenos golpes em Paris, até ser
acusado de assassinato e mandado para um presídio na Guiana Francesa, onde
conheceu outros condenados que foram incluídos na trama do livro, publicado
mais de duas décadas após sua fuga. Na história, praticamente toda
autobiográfica, Henri Charrière, apelidado de Papillon por ter uma borboleta
tatuada no peito, é condenado à prisão perpétua por um assassinato que não
cometeu.
É
mandado da França para uma colônia penal na Guiana. Lá só pensa em fugir.
Quarenta e dois dias depois de chegar na Guiana, faz a primeira tentativa de
fuga. Atravessa mais de 1,5 mil num bote, em mar aberto. Recapturado, é enviado
para a solitária e, eventualmente, para Ilha do Diabo, de onde ninguém jamais
escapou. Homem que não se deixou vencer, faz sua tentativa final e escapa em
direção à Venezuela. Lá, casa e vive em Caracas, onde abre um restaurante.
Morre
na miséria, após gastar todo o dinheiro ganho com a publicação do livro na
produção de um filme que foi fracasso de bilheteria. Em 1980, sete anos depois
de sua morte, o livro ganha nova adaptação para o cinema, com Steve McQueen no
papel principal e Dustin Hoffmann no papel de Louis Dega, o falsário que se
torna amigo de Henri no cárcere.
A
escrita ágil, impressionante e realista é dessas que prendem o leitor desde a
primeira página. A perseverança, a força de vontade e o magnetismo do
protagonista, não por acaso, deram à narrativa um lugar de destaque na
literatura contemporânea. Os julgamentos do tempo e dos leitores, os que mais
interessam, mostram que Papillon, 45 anos depois de publicado, permanece, por
sua riqueza de conteúdo e de forma, tão inspirador. Bertrand Brasil, 728
páginas, tradução de Mário Varela Soares, mdireto@record.com.br.
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