04
de março de 2014 | N° 17722
EDITORIAIS
O NÓ DA EDUCAÇÃO
Recém
divulgado, o Censo da Educação Básica revela alguns aspectos promissores para o
país, como o aumento do número de crianças em creches e pré-escolas e uma maior
quantidade de alunos em instituições de tempo integral e na educação
profissional. Ao mesmo tempo, aponta uma evasão de proporções inquietantes no
Ensino Médio, motivada principalmente pelo fato de muitos alunos continua-rem
nesse nível numa faixa de idade em que já deveriam estar na universidade.
Em
conse-quência, a estimativa mais recente, de 2012, é que o Brasil tinha 1,5
milhão de jovens entre 15 e 17 anos fora da escola, o equivalente a toda a
população de Porto Alegre. O país já demonstrou que é possível universalizar o
acesso ao ensino no nível fundamental. Precisa agora estender o avanço ao
Ensino Médio, evitando que um contingente tão expressivo de alunos acabe
deixando a sala de aula antes do tempo.
Menos
mal que, nessa faixa de idade, cada vez mais adolescentes estejam se
encaminhando para a Educação de Jovens Adultos (EJA) e para a educação
profissional, que na mais recente edição do Censo registrou uma expansão de 6%
sobre o ano anterior. Ainda assim, essa é uma etapa do ensino que precisa ser
acompanhada muito de perto, pois é responsável pela formação de jovens prestes
a ingressar no mercado de trabalho ou na universidade.
A
qualidade do ensino ministrado nessa etapa tem relação direta com o padrão dos
futuros universitários e com o nível de excelência da mão de obra das empresas,
mostrando-se decisiva para os ganhos de competitividade. E é preciso considerar
que essas alternativas não podem ser vistas simplesmente como substitutas do
Ensino Médio.
Os
dados do Censo, de 2012, demonstram que 98% das crianças entre seis e 14 anos
cursavam o ensino formal. Na faixa de 15
a 17 anos, porém, 15,8% não estudavam, o que exige uma ação
firme da parte do poder público. Se foi possível atrair e reter a quase
totalidade dos alunos do nível fundamental, o mesmo deve ocorrer na etapa
posterior.
O país
tem que se mostrar capaz de motivar os jovens no Ensino Médio, a ponto de fazê-los
se interessar pelos conteúdos e se manter em sala de aula. Nessa idade, os
futuros profissionais precisam ser devidamente orientados sobre a importância
de assegurarem mais qualificação para disputar o mercado de trabalho.
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