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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Miami, Punta, Key West, Fats Waller e outros lances
Miami é a cidade mágica. Porto de entrada de muitíssimo dinheiro, milhões de turistas e capital mundial dos cruzeiros marítimos, a cidade merece o adjetivo e mais. Nas livrarias possivelmente o leitor não encontrará livros sobre a História de Miami, a não ser volumes com fotos de índios, colonizadores e personalidades que marcaram a trajetória do lugar ensolarado e cinematográfico. Nem precisa.
Passado não é a praia de Miami. Se o amigo quiser uma boa história em inglês, leia O velho e o mar, do mestre Heming-way, ou As aventuras de Huckleberry Finn, do Mark Twain, que foi mestre do Hemingway e de todos os escritores modernos americanos. Miami se liga no presente, no sol de quase todas as manhãs e nas pessoas que vão e vêm. Setenta por cento da população é de origem latino-hispânica. Latino, viu?
Jamais latrino, por favor. Cucaracha agora só no dicionário e nos cantos de algumas cozinhas. A língua mais falada de Miami segue sendo o spanglish, aquele portunhol feito de espanhol e inglês. Do jeito que as coisas vão, daqui a pouco a língua mais falada vai ser o portuguinlish, de tanto brasileiro que anda e/ou fica por lá. Claro, Miami tem coisas a aprender com Punta del Este.
Miami é a Punta da América do Norte e não Punta a Miami da América Latina. Brincadeira e bairrismo à parte, as duas cidades são gloriosas. Punta tem mais manha, charme, catiguria(s), mas Miami tem mais sol e plata. O ideal seria colocar as duas num liquidificador e fazer a cidade ideal. Bom, dá para ficar um pouco em cada uma. Henero y Febrero melhor en Punta, com certeza.
Não falo do Rio de Janeiro, porque a maravilhosa, como diria o inesquecível General Figueiredo, é hors-concours. Mas quem sabe tudo mesmo não é Miami, Punta ou o Rio. É o Fats Waller, o gato gordo, malhado e vira-lata que mora na Casa-Museu Ernest Hemingway em Key West, perto de Miami, junto com outros trinta e nove bichanos. Ele dá de dez no Garfield.
Nem precisa aparecer em tiras, se achar ou ficar pensando. Mora na bela praia, tem comida, acompanha a guia do local com os turistas, sobe nas camas, nas cadeiras, nas mesas e não está nem aí para granas, glórias, vaidade e outras humanidades. Sabe tudo, o Fats, o gato dos gatos. Ele tem preguiça de ir a Miami ou fazer um cruzeiro no tranquilo Caribe. Convites para musicais na Broadway já recusou vários.
E olha que um dos colegas do Fats é o Benny Goodman, craque do jazz. O Fats se garante. Espera tua visita, sem pressa, lá em Key Weird, opa, Key West.
Jaime Cimenti
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