sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



03 de fevereiro de 2012 | N° 16968
PAULO SANT’ANA


Corrupção vocacional

Impressionante como reina a corrupção nos negócios e no serviço público.

Tem-se a impressão nítida de que as pessoas entram para a vida pública para se locupletarem pela corrupção.

Há gente que assume cargos públicos com a finalidade única de enriquecer pela corrupção, um caso notável de vocação profissional.

O ladrão comum é fruto do acaso, das relações. Mas grande parte desses políticos se prepara meticulosamente para roubar, desviar as verbas públicas para seus bolsos.

Eles são profissionais da corrupção. Em quase todos os ministérios, temos visto desvios milionários de recursos que tinham de ser destinados às obras e realizações públicas e vão para os bolsos dos corruptos.

Não há mais dúvida de que os governos vão ter de gastar mais com órgãos de controle da fiscalização da aplicação das verbas públicas do que propriamente com a máquina administrativa.

Tem-se a impressão concreta de que o noticiário dos jornais, quando fala em volume de corrupção, refere-se a uma percentagem mínima do que estão roubando no Brasil. A maioria dos escândalos não vem a público e não é apurada, sem responsabilização dos ladrões.

É um triste e aterrador momento da vida pública brasileira, manchada de corrupção por todos os lados.

Achei interessante a fórmula da Globo de destinar ao narrador e ao comentarista gaúchos a transmissão dos dois jogos do Internacional contra o Once Caldas.

A transmissão ficou a cargo do narrador Paulo Brito e os comentários com o Maurício Saraiva.

Não tem sentido mesmo vermos jogos de gaúchos com transmissão de profissionais dos outros Estados. E foi emocionante ver o entusiasmo com que o Paulo Brito e o Maurício Saraiva se dedicaram à exaltação do Internacional, pareciam pintos no lixo, tal a vibração com que se portaram na transmissão autoexaltatória.

Pênalti do Nei na área do Inter foi duvidoso para nossos analistas, pênalti no Oscar na área do Once Caldas foi lance claro e indubitável.

Em todos os lances, a opinião dos nossos dois representantes na transmissão era sempre favorável ao Inter e contra o Once Caldas.

Em verdade, eu acho que tem de ser assim mesmo. Jogo de clube gaúcho na televisão tem de ter uma visão gaúcha, mesmo que parcial, que agrade ao nosso torcedor.

E o Brito e o Saraiva foram lídimos representantes do nosso futebol, opinando a favor do clube gaúcho participante e com visão severa sobre o adversário colombiano.

Até eu, que sou gremista, fiquei orgulhoso da transmissão. Ela tem de ser mesmo um cenário de otimismo para os nossos clubes, a paixão é tão grande entre a dupla Gre-Nal, que o narrador e o comentarista devem vestir sem freios a camisa do clube gaúcho que está travando força contra o estrangeiro.

Sou a favor de que a imparcialidade e a isenção sejam reservadas para outras ocasiões menos decisivas para os interesses dos nossos clubes.

Foi uma lição de dedicação à nossa paixão.

Um comentário:

Unknown disse...

Excelente!