sexta-feira, 27 de maio de 2011


Jaime Cimenti

Retrospectiva da primeira década do século XXI

Dez anos que encolheram o mundo, do jornalista e escritor Daniel Piza, colunista de O Estado de S. Paulo e autor de Machado de Assis - um gênio brasileiro; Contemporâneo de mim - dez anos da coluna Sinopse; Aforismos sem juízo e Amazônia de Euclides é muito mais do que uma simples retrospectiva dos primeiros anos de nosso século XXI.

Na coletânea de artigos, dividida em cinco grandes partes: política e economia; cultura e comportamento; ciência e tecnologia; meio ambiente, metrópoles e esportes, Piza nos ajuda a entender o atentado de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e seus múltiplos desdobramentos como, por exemplo, a guerra contra o terrorismo desencadeada pelos Estados Unidos.

Piza analisa quais foram os avanços do governo Lula e por que nosso País é visto como um dos mais promissores do planeta. O autor fala do genoma humano e de novas compreensões sobre o ser humano, de novas tecnologias da informação e, principalmente, mostra como as distâncias tornaram-se praticamente inexistentes e como o mundo encolheu, ou, como ficou plano, como escreveu Thomas Friedman.

Quem quiser pensar, refletir e analisar sobre o que ocorreu de importante nestes últimos dez anos tem o livro de Piza como ótimo instrumento para tanto. Não é fácil, por vezes, entender as novas configurações políticas e econômicas e o novo panorama completo do cenário mundial, com todas as mudanças nas artes, no comportamento, na ciência e na tecnologia. O mundo nunca mudou tanto em tão pouco tempo.

Quem não está no mundo apenas a passeio e quer entender como andam e como andarão as coisas está convidado a dar uma parada na correria diária e curtir os textos enxutos, informados e diretos de um dos jornalistas mais antenados e lidos do Brasil. Barack Obama, citado na introdução, resume o espírito do livro de Piza.

Ele disse: um homem pisou na lua, um muro caiu em Berlim, um mundo foi conectado pela nossa ciência e pela nossa imaginação. Não vivemos apenas numa “aldeia global”, como escreveu Marshall McLuhan, vivemos em convívio, influência e comunicação inéditos, com ganhos e perdas, em especial pelas complexidades que andam por aí.

Tudo lembra uma frase de um personagem de Erico Verissimo, o peão analfabeto, mas sábio, Liroca, em O Tempo e o Vento, que repetia: “eta mundo velho sem porteira!” Nas páginas finais de cada parte da obra, quadros com cronologia dos principais acontecimentos do período, relacionados com os temas. Leya, 224 páginas, www.leya.com.br.

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