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sábado, 21 de maio de 2011
21 de maio de 2011 | N° 16706
NILSON SOUZA
O começo do fim
Se você é uma boa alma, prepare-se para subir aos céus neste sábado. De acordo com a interpretação da Bíblia feita pelo movimento norte-americano Family Radio, o fim do mundo começa neste dia 21 de maio de 2011 e se estende até 21 de outubro próximo, quando ocorrerá o epílogo do fim – se é que me permitem a redundância.
A previsão é de um engenheiro civil de 89 anos chamado Harold Camping, líder de uma seita que reúne centenas de norte-americanos. Ele garante que os bons serão chamados hoje e os outros ficarão por aqui até outubro, mas passarão por um período de grandes tormentos. Como tem gente que leva a sério o que o homem diz, não vou debochar – mas já vou adiantando neste texto escrito com três dias de antecedência que prefiro ficar mais um pouco neste planetinha atormentado.
E um dos nossos tormentos tem sido exatamente as previsões apocalípticas que – felizmente – nunca se confirmam. Os profetas da catástrofe que tiram suas ideias destrutivas de textos religiosos já são vistos com desdém, mas, cada vez que um asteroide ronda a Terra, todos ficamos apreensivos.
Em 1910, parte da humanidade tremeu de medo quando o nosso planeta passou perto do cometa de Halley. Anos antes, um astrônomo anunciara que a cauda dos cometas desprendia um gás tóxico, capaz de envenenar toda a população. Mas o cometa passou e não deixou nem cheiro.
A profecia de Nostradamus, que anunciava a chegada de um “rei do terror” no sétimo mês de 1999, também causou um certo pânico, mas não deu em nada. Eu tinha um medo infantil do ano 2000. Passei a infância ouvindo meus pais repetirem uma sentença alarmista que provavelmente ouviram dos meus avós e estes dos bisavós.
“Mil passará, mas a dois mil não chegará.” Tratava-se, vim a descobrir depois, do chamado milenarismo, também baseado em interpretações religiosas de que o mundo resistiria apenas ao primeiro milênio. Para não dizer que nada aconteceu, a previsão rendeu uma marchinha de Carnaval nesta terra de descrentes.
Tem gente que acredita ter havido um risco real, causado pela tecnologia, embora me pareça muito mais uma dessas teorias da conspiração que também atormentam os nossos dias. Dizia-se que os computadores emperrariam na virada do ano 2000 e que isso causaria uma catástrofe nuclear, pois os artefatos atômicos seriam acionados automaticamente pelo colapso eletrônico. Tudo alarme falso.
Pois hoje tem de novo. O curioso é que o homem da seita fala em céus, assim no plural, abrindo uma perspectiva de escolha para as boas almas. Fica um pouco mais atraente, mas não mudo de ideia: prefiro ficar.
Se você também prefere, nos vemos amanhã, depois do Apocalipse.
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