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sexta-feira, 20 de maio de 2011
Jaime Cimenti
Histórias de desocupados
Jogos de azar apresenta dez contos do grande escritor português José Cardoso Pires, nascido em Peso em 1925 e falecido em Lisboa em 1998, e um dos maiores escritores portugueses contemporâneos.
Autor de O hóspede de Job, Balada da praia dos cães e De Profundis, entre outros, José Cardoso Pires teve sua obra traduzida em muitos idiomas e recebeu inúmeros prêmios importantes, como o Prêmio Castelo Branco e o Prêmio Dom Dinis. Jogos de azar, muito aguardado primeiro livro inédito de Pires depois de três relançamentos, traz, sobretudo, narrativas que envolvem a vida de pessoas desocupadas, cidadãos que não têm meios para viver, que convivem diariamente com a penúria, estando a todo momento à mercê do acaso.
Pires não está preocupado somente com denúncia social, mas igualmente com a representação em linguagem elaborada das mazelas de sua época. Na apresentação do volume o escritor e jornalista José Castello refere que Cardoso Pires escreve sobre o fio da navalha, avança com cortes secos, aplica golpes certeiros, e nos leva a saltar no tempo e no espaço, nos empurra para um lado e para outro, obriga-nos a suportar sua inquietação.
A escritora Inês Pedrosa, por sua vez, falando do colega ilustre, disse que José Cardoso Pires escrevia com a mão precisa de um Christian Barnard e a precisão cromática de um Caravaggio, escapando ao logo infinitamente contido em qualquer ideia geral.
Realmente, contando sobre os seres e as coisas aparentemente banais, jogando fora lugares-comuns e mandando para longe o bom senso, José Cardoso Pires, o exímio caçador do banal, segundo José Castello, nos deixou narrativas esplendorosas, mostrando criaturas privadas de realização em momentos importantes.
Na orelha da coletânea, Luís Henrique Pellanda diz para o leitor tomar cuidado com o livro, que ele é como uma navalha e que sua lâmina, afiada na década de 1960, ainda corta muito bem, lembrando as palavras do personagem-narrador de Carta a Garcia, que disse: nas navalhas está tudo, realmente:
pão e sangue, solidão e amor, morte e liberdade, a navalha não é apenas um instrumento estúpido de destruição, como a baioneta, guardiã obtusa de todo autoritarismo. Na navalha há também dança, capricho e fina engenharia, completa o narrador. Editora Bertrand Brasil, 240 páginas, R$ 29,00, mdireto@record.com.br.
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