sábado, 14 de maio de 2011



15 de maio de 2011 | N° 16700
PAULO SANT’ANA


Tainha frita é demais!

Agora que se extinguiu em mim o paladar, minha memória gustativa fica aguçada.

Quantos quilômetros eu percorria daqui até Rio Grande para comer anchova na brasa na 4ª Secção da barra! Lá aprendi que são talhados para assado os peixes gordos, como a tainha e a anchova.

Mas são notáveis em gosto e delícia o robalo, o namorado, o congro, o salmão.

Entre os peixes de rio, destaca-se o dourado. Mas uma das maiores delícias que sempre devorei foi o bagre ensopado. Ah, que coisa boa um bagre ensopado, não sei por que os restaurantes de Porto Alegre não incorporam aos seus cardápios esse prato que aprendi a saborear na infância, pelas mãos mágicas de dona Zica, minha madrasta.

Desculpem, mas a meu pedido o Panchos o incorporou, mas tem de fazer por encomenda. Oito horas antes se faz o pedido.

Esses dias, vim a descobrir na Churrascaria Porto-Alegrense da Avenida Pará um prato espetacular: o lombinho de cordeiro.

Aí é que fui saber que o lombinho é o miolo do carré.

Meus amigos, o lombinho de cordeiro é uma das maiores benesses da natureza. Agora estão me aplicando uma manobra: como é muito difícil retirar o lombinho do osso, estão servindo com osso, é igualmente delicioso, mas o lombinho desossado é o realmente magnífico.

Falei lá em cima na anchova e na tainha assadas no espeto. Mas acontece que alguns restaurantes de Porto Alegre fazem pratos só para mim. Não estão no cardápio, mas o colunista da cidade tem o direito de usufruí-los fora da agenda comum.

E a Marlene do Gambrinus, quando eu vou lá, corre para a banca de peixes e manda comprar umas 12 postas de tainha.

E sabem como ela me serve? Tainha frita, meus amigos, isso é que é viver. Tainha frita é boa até no dia seguinte.

A diferença entre a tainha e a mulher da gente é que tainha é deliciosa até no dia seguinte.

E vamos para o Gre-Nal deste domingo à tarde. Como já disse, o maior inimigo do Grêmio é o favoritismo.

Mas, se dobrarem os primeiros 30 minutos com o escore de 0 a 0, está pelada a coruja para o tricolor.

O Internacional dará a sua vida, o seu maior esforço para fazer um gol antes dos 30 minutos: o Gre-Nal se incendiaria.

Não esqueçamos, nós, gremistas – não se esqueça principalmente o Renato –, que neste domingo haverá Guiñazu. E, principalmente, haverá D’Alessandro, que não jogou nada no Gre-Nal passado e, por isso mesmo, estará perigosamente mordido.

Vamos para o estádio. Os que vão morrer saúdam o imperador futebol.

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