Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 21 de maio de 2011
22 de maio de 2011 | N° 16707
PAULO SANT’ANA
A desistência
Eu já sabia que minha vida seria inseparável do entusiasmo.
Eu já sabia que, no dia em que cessasse o meu entusiasmo, minha vida cessaria.
Então, por que agora estranho esse declínio, se não consigo me reconciliar com o entusiasmo?
Não se diga que o entusiasmo é só próprio da juventude.
Não. O entusiasmo é próprio dos que têm uma causa para defender. É imprescindível a causa para poder viver.
Dormir à noite com entusiasmo, acordar pela manhã movido pelo entusiasmo, só isso é que é viver.
Pode-se até durante o dia fazer coisas que não sejam ligadas ao entusiasmo, mas sabe-se que ele está incluso na gente e logo em seguida se tratará dele e viveremos incendiados por ele.
O contrário absoluto do entusiasmo é o tédio. E a ameaça terrível que contém o tédio é a desistência.
A desistência é uma tentação, não existe nada mais tentador para quem esteja dominado pelo tédio que a desistência.
A desistência ameaça perpetrar-se quando um a um vão se somando os fracassos.
Quando vão se fechando todas as portas, surge a desistência como uma hipótese de solução.
Quem sou eu para condenar os desistentes? Quem sou eu para pregar a insistência, depois que uma vida cansa de bater nos rochedos rudes?
Há que se buscar forças que se pensou que não se tinha para evitar a desistência.
A vida nada mais é do que o destino nos testando para sabermos que recursos ainda temos para evitar a desistência.
Como faz falta a alegria e seu companheiro inseparável, o entusiasmo.
Voltando ao tédio, esse rato que rói a estrutura.
O tédio nada mais é do que a tristeza permanente, a que insiste durante dias, a tristeza que se encurrala e em desespero não encontra saída para o impasse.
A tristeza é atraída pelo ímã do tédio. E, quando os dois se encontram, celebram a depressão.
A depressão é o tédio sem cura, é preciso reunir muita energia para lutar contra esses dois terríveis inimigos.
E é preciso que nessa hora de tremendo abandono a vítima da tristeza, do tédio e da depressão conte com a ajuda de outras pessoas.
Eu até arrisco dizer que, sozinho, quem vê desfalecidas as suas forças pela tristeza, pelo tédio e pela depressão desiste de lutar.
É preciso uma palavra amiga, um conselho, uma conversa, um amparo.
Não deixem nunca uma pessoa atacada pelo tédio sozinha.
Socorram-na, ela pode estar à beira do abismo, que é a desistência.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário