segunda-feira, 30 de maio de 2011



30 de maio de 2011 | N° 16715
KLEDIR RAMIL


Superstição!

Eu não sou supersticioso, mas por via das dúvidas não passo debaixo de escada. A desculpa de sempre é que estou sendo prudente, para evitar que caia uma lata de tinta na cabeça. Outro dia, um gato preto cruzou na minha frente. Saí correndo feito louco, dei meia-volta no gato e descruzei o nó. Vai saber. Não dá pra dar sorte ao azar.

Essas bobagens são crendices populares que não atingem um sujeito racional como eu, com curso superior completo e capacidade de reflexão. Mas, como diz o ditado, “no creo en brujas, pero que las hay, las hay”.

Tem muito jogador de futebol que só entra em campo com o pé direito e fazendo o sinal da cruz. Criei o hábito de começar meu dia assim, saindo da cama como se estivesse pisando no gramado. Virou um costume. Um dia, só pra testar, levantei com o pé esquerdo e o Internacional perdeu um jogo decisivo. Talvez tenha sido só uma coincidência, mas me senti culpado.

Meu irmão me deu um trevo de quatro folhas. Dizem que dá sorte. Apesar de não entender porque uma aberração da natureza poderia dar sorte, guardei o presente no meio do livro da Martha Medeiros que estou lendo. Minha vida não teve maiores alterações, mas notei que o livro pulou para as primeiras posições na lista dos mais vendidos.

Aproveitei e coloquei a plantinha, com toda sua força sobrenatural, dentro da minha carteira de dinheiro. Tenho esperança que a mágica funcione e, no futuro, eu possa até mesmo entrar para o mercado financeiro. Minha mão já começou a coçar.

Entusiasmado com uma possível maré de boa sorte, comprei uma ferradura e um chaveiro de pé de coelho. São amuletos que trazem saúde, paz e felicidade, além de dinheiro, que não é tão importante quanto uma vida saudável, mas é quem paga a fatura do seguro saúde. E, com certeza, vai melhorar o meu ranking de investimentos no mercado financeiro.

Mesmo que você não leve a sério tudo isso, não custa nada tomar cuidado. Aí vão algumas dicas. Não abrir guarda-chuva dentro de casa, nem deixar sapato virado de boca pra baixo. Espelho quebrado, sete anos de azar. Sexta feira 13, é melhor nem sair na rua. Tem certos dias em que os astros estão de mau humor. Não me pergunte porque.

Eu, sinceramente, não acredito em nada disso. Apenas respeito e, por via das dúvidas, bato na madeira três vezes pra garantir a proteção. Não dá pra brincar com essas coisas.

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