Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
12 de maio de 2011 | N° 16698
LETICIA WIERZCHOWSKI
Uma estreia
Ganhei uma sobrinha. A família aumentou, e agora temos mais um rostinho lindo para rechear os porta-retratos. Nasceu a Betina, que é irmã da Mariana, que é filha da minha irmã e do meu cunhado, que é prima dos meus meninos.
Nasceu a Betina, numa manhã cinzenta, no dia prometido. Nasceu, pontual e serena. Nasceu para dormir no colo da mãe, para mamar no peito, para acordar a família numa noite fria, para dar um sorriso para a irmã, para tomar sol na varanda.
Nasceu a Betina, para correr atrás do primo mais velho, para seguir o primo mais novo, que até hoje só segue os mais velhos. Nasceu a Betina, para herdar os vestidos que ficaram pequenos na irmã, para dizer “vovô” e “vovó”, para fazer rir o papai, para fazer cartão no aniversário da dinda.
Nasceu a Betina, para dar susto na gente, para soprar muitas velinhas no bolo, para usar trança no cabelo, para brincar de boneca. Nasceu a Betina, para engatinhar na nossa sala, para a gente esconder as tesouras, para a Mariana amar. Nasceu a Betina, para crescer muito forte, para ler as primeiras letras, para fazer rimas na escola e, quem sabe, virar poeta.
Nasceu a Betina, pontual como a rainha da Inglaterra, bonita como a Branca de Neve, pequena como a Sininho, especial como o Peter Pan.
Nasceu a Betina, para tomar banho de mar, para comer picolé, para fazer castelo de areia, para provar o gosto da areia quando a mamãe não estiver olhando. Nasceu a Betina, para aprender a caminhar, para escrever no caderno de caligrafia, para assistir a bons desenhos animados, para usar pantufas no inverno, para cantar Jingle Bells.
Nasceu a Betina, para ser arquiteta ou bailarina, para comer sagu e carne de panela, para fazer dieta aos 30 anos, para se enfeitar no sábado à noite, para andar de bicicleta aos domingos e acordar cedo nas segundas-feiras.
Nasceu a Betina, para sorrir e para chorar, para sentir fome e alegria, para ver muitas praias, para subir numa montanha bem alta, rir com as amigas ao telefone e viajar para a Europa. Nasceu a Betina, para ser cuidada e cuidar, para amar e ser amada, para multiplicar mais do que dividir.
Nasceu para ocupar o segundo quarto, para espalhar brinquedos na sala, para fazer pipi no penico, para tomar mamadeira no sofá. Nasceu para voar de avião, para andar de skate, para comer sushi, para descascar bergamota, para abrir uma garrafa de vinho com os amigos, para fazer fogo na lareira, para usar uma aliança, para provar uma paixão, para ignorar preconceitos, para fazer diferença. Nasceu a Betina, para morder essa vida com os dentes e se lambuzar com o caldo.
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