segunda-feira, 19 de abril de 2010



19 de abril de 2010 | N° 16310
SANT’ANA


O estrago de um só vulcão

Duvido que alguém decore as letras que compõem o nome deste vulcão da Islândia que paralisa a Europa neste instante: Eyjafjallajeokull.

Há dias estão fechados todos os aeroportos europeus e os prejuízos das companhias aéreas é calculado em assustadores US$ 200 milhões diários.

A nuvem negra que cobre toda a Europa é produzida por uma massa natural, fluída, ígnea (fogo) que se encontra com o gelo, pois incrivelmente este vulcão que despeja lama está situado dentro de uma geleira.

O espetáculo do vulcão despejando magma (lava) de dentro de uma geleira, que pode ser visto nas televisões todos os dias, é deslumbrante: o fogo emergindo de uma imensa taça de gelo.

Cientistas da Islândia que sobrevoaram a região afirmam que não há sinais de que a erupção, que aumentou sua atividade, venha a ser reduzida nos próximos dias.

Ninguém me responde a uma curiosidade que tenho: quantos vulcões há mais no mundo desaparecidos sob geleiras?

Esse vulcão que entrou agora em erupção era desconhecido de todo o mundo.

Este fato incrível, que já agora ameaça também os aeroportos da Ásia, além dos europeus já paralisados, traz-nos à mente uma ideia terrível: a da fragilidade da Terra. Se uma minúscula cratera é capaz de, perdida na ilha islandesa, provocar este imenso colapso de cinzas em todo o continente europeu, alastrando-se pela Ásia, o destrutivo poder telúrico que está escondido sob a superfície terrestre é assustador.

Bastariam que 30 vulcões destes entrassem em erupção e o equilíbrio do planeta periclitaria.

A impressão que este episódio me passa é de que a destruição da Terra pode se verificar em questão de minutos.

Como é frágil o planeta em que vivemos!

Depois do tolerância zero do fim dos anos 80, Nova York volta a se assombrar com a delinquência juvenil, simbolizada por uma onda de assaltos no último domingo de Páscoa, quando duas gangues protagonizaram um arrastão que deixou 44 presos e quatro baleados no Times Square.

Para quem não quer admitir que a delinquência tem ligação direta com a questão social, basta dizer que sociólogos norte-americanos atribuem como uma das principais causas da volta da criminalidade a Nova York o desemprego que se verifica atualmente em face da grande crise econômica que assolou recentemente os EUA e o mundo.

Alie-se a isso que a própria crise econômica obrigou a prefeitura de Nova York a reduzir recentemente o efetivo policial em milhares de membros.

Desemprego e redução das forças policiais redunda num explosivo coquetel que não é muito percebido aqui no Brasil.

Nós por aqui nos fixamos nas causas objetivas da falta de segurança nas ruas, sem atentarmos para o desemprego e a miséria, certamente vertentes dessa imensa mole humana que se dedica a assaltos, roubos e furtos que ocorrem atualmente no Brasil.

O crime deixa assim de ser uma questão meramente policial para pertencer ao estudo de suas causas sociais.

Quem não tem emprego, quem não consegue colocação no mundo econômico, fatalmente recorrerá à prática do crime para sobreviver. Por isso é que hordas se especializaram nos últimos anos no Brasil a tirar o seu sustento do tráfico de drogas.

E haja presídios para abrigar este imenso “operariado”.

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