sábado, 17 de abril de 2010



Goldman Sachs é acusado de fraude

Segundo o governo dos EUA, banco se aliou a investidor para criar um fundo com ações podres. O título foi vendido no mercado enquanto o Goldman e o investidor apostavam contra ele
Redação Época

ACUSADO A sede mundial do Goldman Sachs, em Nova York

A Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos, um órgão do governo federal, entrou com uma ação civil contra o banco Goldman Sachs na qual acusa o grupo financeiro de fraude. De acordo com a denúncia, o Goldman Sachs criou um fundo de investimento em hipotecas cujo objetivo era dar errado e, para completar, apostou contra o próprio fundo, lucrando com isso.

A denúncia afirma que o fundo de investimentos, chamado Abacus 2007-AC1, foi criado no início de 2007 para investir nas chamadas subprime – as hipotecas de alto risco negociadas nos Estados Unidos.

Naquele momento, o mercado hipotecário americano começava a dar sinais de enfraquecimento – era o prenúncio da crise que atingiu seu ápice com a concordata do Lehman Brothers, outro banco de investimentos, em setembro de 2008.

De acordo com o jornal The New York Times, o fundo era composto de ações escolhidas a dedo por John A. Paulson, um administrador de fundos hedge que pagou US$ 15 milhões ao banco para estruturar o Abacus 2007-AC1. Em comum, as ações tinham a grande possibilidade de perder valor com a crise do mercado imobiliário que ocorreria nos meses seguintes.

Mesmo sabendo disso, o Goldman Sachs colocou o fundo no mercado, sem informar que ele havia sido criado por Paulson, e dezenas de bancos estrangeiros, fundos hedge, companhias de seguro e fundos de pensão investiram nele.

Ao mesmo tempo, o Goldman fez investimentos apostando que os fundos iriam perder valor, como de fato ocorreu. Segundo a comissão do governo americano, o prejuízo total dos investidores foi de US$ 1 bilhão.

Além do Goldman Sachs, é citado na ação um dos vice-presidentes do banco, Fabrice Tourre, que teria ajudado a montar o fundo. Nenhum dos dois se pronunciou sobre o caso, assim como Paulson, que não é alvo da ação proposta pelo governo americano.

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