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quarta-feira, 7 de abril de 2010
07 de abril de 2010 | N° 16298
PAULO SANT’ANA
O sofrimento das professoras
Uma das revoluções para pior no cenário brasileiro são as agressões sofridas pelos professores, em pleno ambiente escolar, por parte dos alunos.
Parece que há uma irreverência orquestrada dos alunos contra os professores. Basta que os mestres tentem impor a disciplina nas escolas para que uma reação violenta irrompa entre os alunos, que descaradamente enfrentam os professores, agridem-nos e não raro destroem o ambiente escolar numa fúria iconoclasta assustadora.
Nunca isso iria acontecer no passado. Os professores eram cultuados como deuses pelos alunos.
E não se diga que esse explosivo ambiente de indisciplina seja somente patrocinado pelos alunos. Com frequência pais de alunos xingam e até agridem os professores.
É de se calcular as dificuldades que os professores encontram para administrar escolas em que marmanjões declaram guerra civil aos mestres, tentando assumir o controle das escolas.
No Rio de Janeiro, na Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, a mãe de um aluno foi autuada por injúria e desacato, acusada de ter xingado a diretora do colégio, no último dia 29.
Em seu depoimento à polícia, a diretora do colégio afirmou que a confusão começou depois que um aluno de 12 anos, morador da Mangueira, foi flagrado jogando pedras nas vidraças do colégio.
A diretora decidiu então mandar chamar a mãe do aluno. Ao chegar à escola, a mãe do aluno teria agredido verbalmente a diretora e arrancado os fios de telefone da sala da direção.
Segundo policiais, a mãe e um grupo de alunos depredaram inteiramente a sala da diretora.
Mas a diretora visivelmente teve medo dos depredadores e não os denunciou na íntegra. Tanto que a polícia constatou que ela foi agredida a socos e pontapés e ameaçada de morte por alunos da unidade durante uma briga entre os mesmos.
Segundo o sindicato dos professores, a diretora sofreu agressões ao tentar apartar uma briga entre estudantes do turno da tarde, obrigando-se a se refugiar no banheiro, juntamente com outros funcionários, para não ser linchada pelos alunos.
Ainda segundo o sindicato, depois da agressão, os alunos promoveram uma verdadeira rebelião na unidade, depredando as instalações da cozinha e virando as latas de lixo do pátio.
Como se observa, a situação na escola em tela é igual à de outras tantas. Instalam-se no seio das escolas verdadeiros motins organizados pelos alunos contra os professores e contra a instituição escolar.
São rebelados e em suas mentes há o domínio de uma só intenção: afrontar a autoridade das direções das escolas e de seus professores com a finalidade de tornar impunes os seus atos de desordem e tomar conta do ambiente.
Que diferença desta situação para os tempos passados, quando os professores eram intocáveis, ninguém discutia a sua autoridade, e ai do aluno que fosse contestar esse status.
Está faltando pulso forte por parte das autoridades. Alguém tem de pôr ordem nesses colégios.
Cedendo, cedendo, é que não se vai reprimir definitivamente esses desordeiros.
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