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sábado, 24 de abril de 2010
24 de abril de 2010 | N° 16315
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Os Índios do Rio Grande do Sul
Passou praticamente em branco mais um Dia do Índio neste 19 de abril. Na realidade, como em muitos outros países, nós, gaúchos e brasileiros, albergamos uma espécie de complexo de culpa relativa ao índio.
É assim: o branco “civilizador” chega e arrasa as populações indígenas para ocupar seus espaços e recursos naturais, e, agora, à luz das modernas concepções científicas e humanísticas, enche-se de remorsos e começa a louvação aos índios do passado. Quando há heróis – como Sepé Tiarayu, aqui no RS –, faz-se um culto quase obsessivo, altamente psicanalítico.
Quando não há, inventa-se um, como é o caso de Tabaré no Uruguai. Quem quiser conhecer a verdade sobre o índio no RS tem de ler dois trabalhos. O primeiro, em dois volumes, é de autoria do grande historiador Aurélio Porto, de saudosa memória. Chama-se As Missões Orientais do Uruguai. O segundo é sobre os índios Caingangues.
Trata-se do livro Apontamentos sobre os Indígenas Selvagens da Nação Coroados dos Matos da Província do Rio Grande do Sul, de autoria do engenheiro franco-belga Pierre Mabilde, que viveu e morreu no Estado e esteve várias vezes entre os índios, inclusive como prisioneiro.
Era um homem com uma enorme gama de especializações, embora com a visão preconceituosa da época. Ele tratou sempre de dispensar aos “Coroados” um tratamento humanista, mesmo achando que o índio era traiçoeiro e violento...
Já no meu tempo de assistente do Dr. Carlos Galvão Krebs, de 1955 em diante, o nosso chefe na então Divisão de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do Estado era o Padre Balduíno Rambo, grande etnólogo e que de certa forma atualizou a visão de Mabilde sobre os Caingangues. Nas aulas que proferia na Faculdade de Filosofia da UFRGS, ele desenvolveu polígrafos que nós mimeografávamos e encadernávamos, preciosidades nunca editadas que eu guardo com muito carinho até hoje.
Acho muito importante que os tradicionalistas foquem sua visão sobre o índio. Saúdo com entusiasmo as canções e as poesias que costumeiramente tratam do tema, mas aconselho insistentemente que se estudem esses dois livros que aqui recomendo, porque aí haverá o verdadeiro conhecimento de causa.
E recomendo que se investigue o que restou do índio entre nós. Dos Mbais, os chamados índios cavaleiros (Charruas, Minuanos, Yaros,Chanás, Guenoas e Mboanes), o que restou está disperso entre a população gaúcha até nos traços fisionômicos, em usos e costumes.
Dos Guaranis, além das ruínas missioneiras, existem tribos nas reservas indígenas bem apartados dos Caingangues, com os quais não se misturam. Alem disso, podemos observar e até visitar pequenos grupos de Guaranis ás margens das estradas gaúchas. Também nas reservas da FUNAI e bem longe da aldeia dos Guaranis os Caingangues são numerosos.
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