quinta-feira, 29 de abril de 2010



Mãe decide enfrentar o bullying

Familiares de um estudante de 13 anos de Porto Alegre aguardam que escola particular reprima a ação de aluno agressor

Mãe de um adolescente de 13 anos vítima de agressões no colégio, uma empresária da Capital é obrigada a enfrentar diariamente a tortura do bullying – prática cada vez mais comum nas escolas gaúchas, nem sempre preparadas para lidar com o problema. Desde fevereiro, o aluno de uma instituição de ensino particular de Porto Alegre se transformou no alvo predileto de um colega mais velho, de quem já recebeu um tapa no rosto, além de ameaças pessoais e virtuais.

Casos como esse motivaram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa a aprovar, na terça-feira, um projeto de lei estadual cujo foco é prevenir ataques físicos e psicológicos no ambiente escolar.

A notícia serviu de alento à empresária de 49 anos, que prefere ter o nome preservado, mas não resolve o seu problema – assim como a lei municipal sancionada no fim de março, que incentiva o combate ao bullying nas escolas da cidade mas, na prática, ainda não decolou.

O drama da moradora da zona norte da Capital começou quando ela e o marido, um empresário de 45 anos, perceberam mudanças no comportamento do menino. De personalidade tranquila, o estudante da 7ª série ficou inquieto de uma hora para outra. Durante uma conversa, contou aos pais a causa da aflição: um garoto mais velho do que ele, 15 anos, matriculado na 8ª série, passou a ameaçá-lo pelo MSN, um programa usado para troca de mensagens.

– Aquilo começou do nada, sem motivo nenhum. Eu nem conhecia o guri. Agora todo colégio sabe, e ninguém mais quer correr o risco de ficar comigo – conta a vítima.

Em um dos diálogos virtuais, impresso pela mãe e encaminhado à direção do colégio, o aluno de 15 anos avisou que iria assaltar o colega. Em outra troca de mensagens, o agressor ameaçou chutar e matar o desafeto se ele fosse a uma festa. O adolescente foi e levou um tapa no rosto.

– Procuramos a escola várias vezes, mas nada acontece. O problema é que tratam todos como clientes, cheio de dedos – reclama o pai da vítima.

Depois que os familiares do garoto estiveram no colégio, as ameaças pioraram, e eles ficaram com medo de procurar a polícia para registrar queixa. A família planeja uma viagem forçada para fugir do problema.

Uma linda quinta-feira para você. Aproveite o dia

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