sexta-feira, 4 de dezembro de 2009


Jaime Cimenti

Versão surpreendente da Revolução Francesa

Revolução Francesa – Volume I – O povo e o rei (1774-1793) do consagrado professor, político, escritor e historiador francês Max Gallo, nascido em Nice, em 1932, agora publicado no Brasil pela L&PM Editores, foi, com justiça, um dos maiores best-sellers na França em 2008, com mais de 250 mil exemplares vendidos. Em dezembro, será lançado o segundo volume, Às armas, cidadãos! (1793-1799).

O primeiro volume inicia com o cenário da França em 1774, quando, em meio a aclamações e sob os apupos do povo, um jovem rei sobe ao trono. Luís XVI parecia prometer à nação o reino mais doce e afortunado, conforme registram os jornais da época.

Menos de vinte anos depois, passou a ser chamado de Luiz Capeto, foi condenado à morte e guilhotinado. Luís XVI oscilava entre a própria fraqueza e a tomada de posição que a população solicitava.

O povo o amava, mas a alta carga de impostos e as arbitrariedades monárquicas, os caprichos, bailes e folias da rainha Maria Antonieta se tornaram dispendiosos demais e insuportáveis. Líderes como Voltaire, Mirabeau, Danton, Marat e Robespierre clamavam por justiça, insuflavam as massas e apontavam o exemplo dos Estados Unidos da América, que, recém-nascidos, encarnavam o espírito das Luzes.

O livro de Gallo tem o mérito de ir muito além da história oficial e dos livros escolares e nos releva uma versão surpreendente, narrada com jeito de emocionante reportagem jornalística, do maior acontecimento da Idade Moderna.

Com precisão e rigor histórico, mas com agilidade de romance, a obra seduz por conteúdo e forma e mostra, uma vez mais, por que o autor tem sido considerado um dos mais importantes historiadores de nossa época.

A narração da verdadeira tempestade de violência que se abateu sobre a França está posta de modo que povo, filósofos, burgueses, clero, nobres, rei, todos parecem estar perto de nós.

Gallo foi deputado do parlamento dos Alpes Marítimos, Secretário de Estado, porta-voz do governo francês e editorialista da revista L’Express, entre outras atividades de relevo, e é autor de dezenas de livros, entre romances históricos, biografias e livros de não ficção.

Com sua vasta cultura e experiência, Gallo conta os acontecimentos desde 10 de maio de 1774, quando morreu Luís XV e Luís XVI foi declarado rei com menos de 20 anos, até 21 de janeiro de 1793, quando Luís XVI, que foi apelidado de O bom, e, depois, de capeto, foi guilhotinado. Narrativa Editores, telefone (51) 3225.5777, essencial para entender o que veio e ainda vem. 348 páginas, R$ 58,00, L&PM.

Uma linda sexta-feira e um gostoso fim de semana

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