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domingo, 4 de outubro de 2009
Professora faz curso de capacitação para aumentar renda
Sandra Lee, de Salvador, afirma que o único objetivo dos estudos é acrescentar as gratificações ao salário de R$ 2.400
Sentindo-se "desvalorizada e cansada", ela dá 60 horas semanais de aulas de inglês em escolas públicas da periferia da capital baiana
MATHEUS MAGENTA - DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Durante 60 horas semanais, Sandra Lee, 29, dá aulas de inglês para mais de 800 alunos em três escolas da rede pública básica, na periferia de Salvador.
Sentindo-se "desvalorizada e cansada", ela admite que faz cursos de capacitação "muito mais para somar gratificações ao salário de R$ 2.400" do que para melhorar a qualidade pedagógica de suas aulas. "Se lançassem um turno de ensino de madrugada, eu seria a primeira a me apresentar", brinca.
Ela afirma que se sente desvalorizada por causa do maior salário de outras profissões com o mesmo nível de formação. Diz, no entanto, que não "tem saída". "É isso que eu gosto e sei fazer", afirma.
Sandra lembra que o trabalho não se resume às 60 horas em salas de aula. "Eu corrijo provas e trabalhos até de madrugada, abdico de meu sono durante a semana para ter horas livres no final de semana. Eu preciso ter vida fora daqui."
Professora da rede municipal há cinco anos e da rede estadual há três, Lee não sabe precisar quanto recebeu de aumento desde que começou a dar aulas. "Foi tão pouco que eu precisaria pegar meus contracheques e uma calculadora", afirma.
Segundo o sindicato dos professores da Bahia, os reajustes acompanharam a inflação.
Em junho, os professores municipais de Salvador ficaram em greve por 21 dias letivos, deixando mais de 180 mil estudantes sem aula. A reivindicação era de um aumento de 9,01%. Conseguiram 5,5%.
Segundo o sindicato da categoria, há uma defasagem de 1.500 professores no município -hoje, há cerca de 6.000.
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