domingo, 5 de julho de 2009



Roda da vida

Você está satisfeita com sua vida em todos os aspectos? Sente-se bem nos diferentes papéis que desempenha ou há áreas de frustração? Aqui você vai conhecer um instrumento que pode ajudá-la a conseguir mais equilíbrio e ainda encontrar a felicidade

Direção de arte • Camilla Sola
Texto • Thays Sant’Ana - Ilustração • Adriana Alves


Mulher, profissional, mãe, esposa, filha, cidadã, amiga... São tantas mulheres que vivem em cada uma de nós que fica difícil administrar prioridades. Isso sem falar do imperativo de cuidar do corpo, da mente e do espírito. Nessa vida de equilibrista, é quase inevitável que algum pedaço acabe sofrendo, esquecido em detrimento de outro.

Há momentos, é verdade, em que o foco deve se voltar a determinado aspecto, mas que isso não aconteça ao acaso, pois você inteira, em todo o seu ser, precisa ser olhada e cuidada. Não se trata de estar no controle absoluto — isso não é possível, nem desejável. Mas sim de manter abertos os canais com os próprios sentimentos, o que representa um ganho na busca pela felicidade.

Quem pretende gerenciar melhor todos os papéis, antes de tudo, precisa de um diagnóstico da própria situação, um raio X do conjunto. Foi pensando nisso que a Robert Wong Consultoria Executiva, empresa que atua na área de recrutamento e desenvolvimento humano, criou a Roda do Equilíbrio, ferramenta de autoconhecimento idealizada pelo consultor André Alfaya, de São Paulo.

Ela ajuda a enxergar o grau de satisfação diante das escolhas diárias, o que é básico para orientar novas decisões. O melhor de tudo é que esse mapa da mina pode servir a qualquer uma de nós.

Robert Wong, sócio-presidente da empresa, aposta no autoconhecimento como chave da transformação — quem se conhece de fato sabe reconhecer e tirar proveito das próprias potencialidades, corrigindo as deficiências. Assim, fica mais fácil estabelecer e perseguir metas que fazem sentido.

Em contato com a própria essência, conquistamos liberdade para escolher nossos caminhos. Por outro lado, quem não sabe de si o bastante desperdiça energia direcionando-a para campos que não tocam seus verdadeiros interesses e talentos.

“Se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. A Roda permite você encontrar seus caminhos”
Robert Wong

Faça o seu jogo

A Roda é dividida em 11 áreas primárias, que constituem o grupo de necessidades comuns a praticamente todas nós.

Cada divisão representa um aspecto de nossa existência: espiritual, emocional, física, intelectual, financeira, profissional, lazer, relacionamento íntimo, relacionamento social, relacionamento familiar e comprometimento com o meio ambiente.

O jogo começa com um exercício de reflexão baseado na pergunta “Quem sou eu?”. Pense no assunto e, com alguns conceitos sobre si mesma em mente, passe para a primeira etapa: observe uma a uma cada divisão (na figura, elas lembram fatias de pizza), atribuindo nota de 0 a 10, dependendo do grau de satisfação que sente naquele aspecto de sua vida.

Pinte com lápis de cor, em cada fatia, as faixas — começando da faixa 1 — até atingir a nota que você daria a seu desempenho naquele aspecto.

Antes de analisar o resultado, faça um segundo exercício, perguntando-se “Onde estou?”. A Roda colorida sintetiza seu olhar sobre a vida. É um retrato de seu momento e de como você está administrando a multiplicidade de papéis que lhe cabe — essa informação é decisiva no seu autoconhecimento e uma base segura para orientar suas decisões.

Avalie se a cor está distribuída de forma homogênea por todas as áreas e se ela cobre um bom volume de cada fatia. Porém, pouca cor e manchas irregulares — mostrando que você anda infeliz com vários aspectos de sua vida — não devem desanimá-la. Encare esse quadro como oportunidade de grandes mudanças.

O retrato que a Roda lhe oferece não traz respostas, apenas aponta eventuais desequilíbrios para orientar mudanças em cada setor, visando tornar o dia-a-dia mais coerente com seus desejos. Com o desenho colorido em mãos, trace um plano. “A diferença entre um sonho e uma meta está na data.

Quando estabelecemos metas, fazemos acontecer”, afirma Alfaya, que só acredita em mudança com planejamento. E o segredo de um bom planejamento, ensina o consultor, está em responder a três perguntas: o que eu quero? Por que eu quero? Como faço para chegar lá? Assim, pode-se estabelecer metas objetivas e detalhadas.

“Depois de colorir a Roda, você vai ter um retrato da sua atitude de vida em vários aspectos”
André Alfaya

Hora da virada

Prazos têm de ser possíveis para não gerar frustração. Por exemplo, se a Roda mostrar que você está insatisfeita com a sua formação intelectual, não se proponha apenas a estudar. Procure identificar os temas que deseja aprofundar, o motivo que a leva a buscar esse conhecimento, que cursos, livros e mestres podem orientá-la e quanto tempo precisa para dominar o assunto.

Não queira mudar tudo da noite para o dia. É hora de estabelecer prioridades. Trabalhe um aspecto por vez, começando pelo que pode repercutir sobre outras áreas, o que necessariamente não corresponde ao ponto com que você está insatisfeita.

Vamos supor que se sinta desmotivada no trabalho. A melhor estratégia pode não ser atuar sobre esse setor. Se a situação for provocada por um descuido com a saúde física, por exemplo noites de insônia, aí pode estar a causa e é essa área que merece investigação.

É importante, portanto, fazer associações entre as diversas fatias da Roda. Antes de pegar o lápis para colorir sua Roda, um último conselho de Wong: balanceamento perfeito não existe, e os eventuais desvios do ideal fazem parte do fluxo da vida. Eles nos permitem vivenciar experiências fundamentais no processo de desenvolvimento pessoal.

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