terça-feira, 7 de julho de 2009



07 de julho de 2009
N° 16023 - PAULO SANT’ANA


Enfrentando a maré

Certa vez, cometi um assédio verbal contra uma mulher formosa.

Ela me disse que aquilo lhe parecia um escândalo. Ela estava entendendo como uma proposta para carregá-la para uma alcova.

Respondi prontamente a ela: “Nada disso, querida, para quem já tocou no teu coração, para quem já mergulhou no teu coração como eu, tocar na pele do teu corpo é uma estupenda insignificância”.

No auge da minha festa de aniversário, 250 convidados fervilhando de felicidade intensa no salão, a champanha e o vinho correndo soltos, encontrei o Kenny Braga e perguntei a ele: “Que tal está a festa?”. E ele respondeu patético: “Que festa?”.

No vídeo que expuseram no palco do Hotel São Rafael, na festa dos meus 70 anos, mostraram uma cena impagável. Eu estava entrevistando Luana Piovani no Jornal do Almoço, ela me dirigindo aquele olhar de mormaço fugidio, e eu, estupefato diante da beleza angelical – e doce – daquela mulher, recitei-lhe um poeta romântico, olhos nos olhos dela:

Formosa qual se a natureza e a arte

Dando as mãos em seus dons, em seus lavores

Jamais puderam imitar no todo ou parte.

Luana celeste, oh anjo de primores!

Quem pode ver-te sem querer amar-te?

Quem pode amar-te sem morrer de amores?

Eu senti naquele instante Luana Piovani arrepender-se de ter casado com seu então marido, que meses mais tarde parece que, pelas notícias publicadas nas revistas especializadas, andou agredindo-a fisicamente.

Que mau gosto estúpido agredir aquele luminoso rosto.

Aquele rosto tinha de ser tombado historicamente.

Como disse a Rosane de Oliveira, nossa especialista em noticiário político, eu consegui no meu aniversário uma façanha extraordinária: subiram ao palco para cantar comigo a governadora Yeda Crusius e a primeira-dama de Porto Alegre, Isabela Fogaça, esta última tendo sido barrada, dizem, pela governadora, para cantar no Beira-Rio, no jogo Brasil x Peru.

Pois não só cantaram as duas comigo, cada uma a seu tempo, como se sentaram à mesma mesa. Se a contragosto, além de cantoras são atrizes, pois afetavam intensa cordialidade.

Trecho do blog de Luciana Genro: “Tive a deferência de ser convidada para o aniversário do Paulo Sant’Ana, a que compareci porque o julgo livre e corajoso. Foi corajoso quando saiu de carroça pela cidade, para mostrar que o carroceiro é um ser humano e sofredor, e não um estorvo que tem de ser removido da rua para os carros andarem mais rápidos.

E o Sant’Ana é livre porque sofreu pressões para calar quando divulgou a denúncia que fizemos sobre a bactéria Acinetobacter, que estava infestando os hospitais da Capital. E o Sant’Ana não silenciou porque estavam em jogo as vidas de muitos gaúchos.

O Sant’Ana é livre e corajoso porque não raro ele navega contra a maré. Ele frequentemente enfrenta o poder como muitas vezes contraria a opinião pública”.

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