segunda-feira, 1 de junho de 2009



01 de junho de 2009
N° 15987 - KLEDIR RAMIL


Reflexões filosóficas

Não acredite nos seus próprios olhos. Quando você olha para um objeto qualquer e enxerga a cor amarela, significa que ele possui todas as outras cores, menos o amarelo. É isso mesmo, lei da física. A cor que você vê é a que está sendo refletida, exatamente a que o objeto não absorveu. Aquele objeto pode ser qualquer outra coisa, menos amarelo.

Partindo desse princípio, passei a observar o mundo à minha volta e comecei a desconfiar que a gente enxerga tudo ao contrário. O que as coisas são, na verdade, a gente não vê! O mundo real é todo pelo avesso. Só se consegue enxergar o que as coisas não quiseram ser e devolveram ao meio ambiente.

O mundo é ilusão, é Maya, como ensinam os orientais. Eu não tinha ideia de onde estava metido.

Tudo bem, você pode alegar que meu QI é de 2 dígitos e minha teoria não tem fundamento científico. Não importa. Cheguei à conclusão, como Saint Exupéry em sua frase simplória, que “o essencial é invisível para os olhos”. Me agarrei a isso e minha vida mudou.

Para aprofundar ainda mais meus estudos, resolvi consultar um velho livro de física sobre as leis de refração e reflexão. Uma frase ficou martelando na minha cabeça: “O ser humano percebe visualmente apenas uma faixa de sete cores que varia do vermelho ao violeta”.

Acredite se quiser, há muito mais coisas fora desses limites. Pra lá dessas fronteiras, onde nossa vista não alcança, existe um mundo de infravermelhos, ultravioletas e outras esquisitices. Uma região nebulosa que eu passei a chamar de sobrenatural.

Também o nosso ouvido consegue escutar apenas uma determinada faixa de frequências. Somos assim, limitados. Tampouco conseguimos perceber toda a maravilha de cheiros, sabores e texturas que estão disponíveis na natureza. Nossos cinco sentidos nos proporcionam uma experiência parcial da realidade e o mais perigoso deles é a visão, que nos faz enxergar exatamente aquilo que as coisas não são.

A partir dessa revelação, adotei essa inversão de valores visuais no meu dia-a-dia e meu humor melhorou 100%. Comecei pelo meu extrato bancário, que vivia no vermelho e, sob essa nova ótica, ficou azul. Fui conversar com meu gerente, mas ele não entendeu o espírito da coisa. Continuou me cobrando os juros do cheque especial.

Tem gente que não tem sensibilidade mesmo.

Ótima segunda-feira, uma excelente semana e um iluminado mês de junho, das lindas festas juninas.

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