sábado, 1 de março de 2025


01 de Março de 2025
EM FOCO

EM FOCO

Presidente do PT vai assumir as Relações Institucionais no lugar de Alexandre Padilha. Até então, ela era cotada para a Secretaria-Geral da Presidência. Perfil combativo da indicada, que faz críticas à política econômica, causa incertezas

Lula escolhe Gleisi para a articulação política

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para ser a ministra de Relações Institucionais. A decisão é considerada uma reviravolta, já que, até poucos dias atrás, era dado como certo que ela assumiria a Secretaria-Geral da Presidência.

A informação foi confirmada em nota da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Segundo o comunicado, Lula se reuniu com Gleisi na sexta-feira pela manhã e a convidou para o cargo. Ela vai substituir Alexandre Padilha, indicado na terça-feira para o Ministério da Saúde.

A posse será no dia 10 de março. Em rede social, Lula afirmou que a petista "vem para somar". Já Gleisi disse que seguirá "dialogando democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas, como fiz nas posições que ocupei".

A escolha de Gleisi era tratada com ceticismo devido ao perfil combativo da petista. Presidente do PT desde 2017, ela esteve à frente do partido em alguns de seus momentos mais críticos. A posição a fez ganhar fama de sectária.

A chegada de Gleisi ao governo também cria um novo polo de poder no Planalto. Hoje, as principais forças políticas no governo são os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secom), ambos vindos da Bahia e aliados de longa data.

Ao longo da gestão, Gleisi expôs divergências com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Aliados da petista costumam dizer que, como presidente do partido, ela tinha a obrigação de tentar puxar o governo para a esquerda, o que explicaria as falas que contrariavam a política de Haddad. Agora, porém, há uma avaliação de que a disciplina que exige um cargo no primeiro escalão deve fazer as divergências diminuírem. 

Oposição critica; centrão tem ressalvas

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que a nomeação de Gleisi para a articulação política mostra que o governo "dobra a aposta" em um movimento de "radicalização e isolamento". Marinho disse ainda que o Executivo potencializa "erros do passado".

Já o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), disse que o Planalto está "priorizando interesses partidários".

Nos partidos do centrão - e inclusive entre ministros do governo -, a escolha também foi vista com reservas. Ao jornal O Globo, o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), disse que a indicação "traz riscos".

- Se não funcionar, ele vai assumir o ônus de ter contrariado a percepção de boa parte da base, que desejava um nome mais articulado com o centro, já que os outros postos do Palácio do Planalto já são do PT - afirmou. 

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