É viável uma segunda eleição na Venezuela?
Após o fim das eleições na Venezuela e a demora para Nicolás Maduro apresentar os resultados que comprovam a sua vitória, diversas saídas foram propostas.
O presidente Lula não reconheceu a vitória e sim pediu, junto a outros líderes da América Latina, que as atas fossem apresentadas. A mais recente ideia encampada pelo Brasil foi a realização de uma segunda eleição no país. A coluna conversou com o professor de Relações Internacionais da ESPM de São Paulo, Leonardo Trevisan. Para o analista, a ideia já perdeu força.
- Quando você tenta encerrar uma briga entre duas pessoas e lança uma ideia que os dois (opositores) recusam de imediato, essa ideia já perdeu força, porque foi exatamente isso que aconteceu. Só que tanto a situação, o Maduro, como a oposição, a Maria Corina, disseram que não aceitam. E é simples de entender porque os dois lados não aceitam. O primeiro que piscar, é porque perdeu a eleição. E os dois estão dizendo que ganharam - analisa.
Para Trevisan, a ideia não pode ser igualada a um segundo turno e não se recorda de episódios similares.
- Um segundo turno é quando você tem vários candidatos e ninguém alcançou a maioria. O Maduro disse que alcançou a maioria e a Maria Corina também. Só diferem nos números. Então não tem sentido você lembrar um segundo turno em que os dois dizem que ganharam com as suas respectivas atas. A ideia é frágil. Segundo, isso é uma interferência direta nos assuntos internos de um país. Dizer: olha, vocês fazem outra eleição porque essa não valeu. É difícil. Se fosse uma expressão interna, teria sentido. Mas num contexto como esse, acho que é difícil.
O órgão que regula as eleições na Venezuela é o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Porém, o mesmo órgão é regulado pelo Estado, ou seja, por Maduro.
- Nomear o Supremo na Venezuela como o grande juiz (das eleições) é difícil aceitar. É esse o órgão que vai validar a eleição? É evidente que temos aí um problema de legitimidade. Esse Supremo está absolutamente, não há outra palavra, comprometido com o próprio governo.
Ações do Brasil
Desde o fim das eleições, o governo brasileiro tem apresentado cautela na conduta diante do conflito. A Colômbia tem apresentado a mesma posição. Uma similaridade é que ambos fazem fronteira com o país.
- É preciso uma grande sensibilidade, primeiro pela imigração, segundo pelos riscos estratégicos que um endurecimento no regime de Maduro pode trazer - diz.
Lula é visto internacionalmente como um interlocutor com Nicolás Maduro. Na sexta-feira disse em entrevista à Rádio Gaúcha que a Venezuela não vive uma ditadura e sim um governo com "viés autoritário".
- O presidente Lula pisa em ovos. Então, de alguma forma, é uma fala de quem quer preservar sua característica de mediador. Quanto aos fatos, é evidente que o governo fez uma eleição e não conseguiu nem fazer aquela democracia eleitoral de fachada, como na Hungria e na Rússia. De fato, é difícil não nominá-la como uma ditadura - finalizou. _
Holandeses apresentam relatório de prevenção a enchente na Capital
A comitiva de especialistas holandeses, que esteve no Rio Grande do Sul em junho para observar as inundações em Porto Alegre, irá apresentar hoje os resultados e análises dos efeitos da enchente e possíveis ações para prevenir futuros episódios na Capital.
A comitiva é formada por especialistas do programa de Redução de Risco de Desastres (Disaster Risk Reduction - DRRS) dos Países Baixos, vinculado à Agência Empresarial Holandesa (Netherlands Enterprise Agency - RVO).
Entre as ações em Porto Alegre, o grupo visitou comportas, casas de bombas e diques para analisar as estruturas atuais no sistema de proteção. Os pesquisadores também conversaram com a população dos bairros mais afetados.
Para construir o relatório, o grupo ouviu técnicos e representantes dos governos municipal, estadual e estadual, além de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O documento será apresentado no Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
No encontro, também será apresentada a programação da conferência de cocriação: "Repensar o Sistema de Proteção contra Enchentes no Delta Metropolitano de Porto Alegre". O evento ocorre de 20 a 22 de agosto. Mais de 10 especialistas de diversas organizações holandesas estarão presentes. _
Volta dos eventos
Após a enchente, um importante espaço de eventos do Estado voltará a receber feiras a partir desta semana. O Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do RS (Fiergs) sediará, a partir de amanhã, a ExpoAgas 2024.
A água atingiu mais de um metro de altura dentro do local.
- Trabalhamos intensamente para a que a posse já fosse feita lá e os próximos eventos são importantes, não só pelo fator monetário, mas pelo otimismo que traz para o RS - disse o presidente da Fiergs, Cláudio Bier.
Ainda não foram estimadas perdas. O ar-condicionado ainda não está pronto para o uso. _
Assembleia Legislativa do RS fará uma homenagem ao Dia do Soldado e às instituições integrantes da Operação Taquari II na próxima quarta-feira. Com militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, a operação atuou no apoio ao RS durante a enchente. A proposição é do deputado Delegado Zucco.
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