É preciso confiar na investigação
Nunca havia estado no meio dos destroços de um acidente aéreo. E espero nunca mais estar. Foi em 2016, nos Andes colombianos, na encosta de um cerro, próximo a Medellín. Você deve lembrar: o voo 2933, da LaMia, que levava a equipe da Chapecoense para disputar a partida de ida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.
Muito triste. Acidentes aéreos mexem com a gente porque levam, de roldão, em um só ato, muitas vidas. E também porque o avião é considerado o segundo meio de transporte mais seguro do mundo - dizem que o primeiro é o elevador.
No caso do acidente com o avião da VoePass, em Vinhedo (SP), os motivos não são tão simples. É natural do ser humano buscar respostas imediatas. Mas, como diz o clichê da aviação, em geral, um acidente aéreo ocorre por uma infinidade de razões, humanas ou não. O importante é compreender que a causa de um desastre é multifatorial e há múltiplas possibilidades. Principalmente, porque o complexo sistema da aviação é protegido por redundâncias: se um falha, há outro, e um terceiro, e ainda um quarto... A última linha de defesa (ou a primeira, em alguns casos) é o ser humano.
O acidente com o avião da VoePass também nos comove porque há muitos anos não ocorriam tragédias aéreas de grandes proporções no Brasil. Passado o apagão aéreo deflagrado desde o acidente do voo da Gol em 2006, houve importantes aprimoramentos: os pilotos brasileiros são reconhecidos internacionalmente por sua competência, as companhias aéreas obedecem às regras, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), entre outras, não deixam, em nada, a desejar, em termos de segurança, aos órgãos europeus ou americanos.
Não há muito o que se possa dizer antes de se ter o relatório da investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) em mãos. É preciso conter a ansiedade e esperar por uma apuração séria. Vivemos o momento histórico mais seguro da aviação no mundo. Sei que isso não conforta amigos e familiares das vítimas, não dá respostas e, sobretudo, porque um acidente, por si só, já derruba qualquer tese sobre segurança. Um só. Sei que não ameniza a dor, mas precisamos seguir acreditando que cada acidente é esmiuçado à exaustão. Para que os mesmos erros - de novo, humanos ou mecânicos - não se repitam. _
"É uma honra representar o meu Rio Grande do Sul"
Aos 15 anos, Andriely Camargo de Oliveira, da Escola Castelo Branco, de Salto do Jacuí, representa o Rio Grande do Sul em Brasília, como vencedora no Estado do Programa Jovem Senador.
O projeto oferece aos estudantes a oportunidade de passar uma semana vivendo o mundo do Legislativo e conhecendo, na capital federal, prédios como o Palácio do Planalto, o Supremo, além do Congresso. Estudante do primeiro ano do Ensino Médio, Andriely foi reconhecida pela melhor redação entre mais de 10 mil alunos gaúchos.
- A experiência está sendo muito importante justamente depois da catástrofe que nosso Estado vivenciou. Me sinto muito feliz de estar aqui representando meu Estado e conhecendo culturas novas, afinal o aprendizado que a gente recebe será fundamental para o resto de nossas vidas - avalia.
Os jovens senadores de cada Estado são separados em comissões temáticas. A gaúcha ficou com a área da educação. Seu grupo propôs uma nova forma de os estudantes ingressarem em universidades públicas, por meio do método de avaliação seriada.
- A gente faz votação no plenário, com todos os jovens senadores, e os projetos são aprovados. Agora, no decorrer do tempo, esses materiais podem ser aprovados pelos senadores (eleitos pelo voto) e virar, de fato, lei - conta.
O tema da redação envolveu "Os 200 anos do Senado e os desafios para o futuro da democracia". Andriely abordou no texto duas temáticas: a baixa participação da mulher na política, quando o Brasil tem população majoritariamente feminina, e refletiu sobre os ataques antidemocráticos promovidos em redes sociais e que culminaram nos atos de 8 de Janeiro.
A professora Gisele da Rocha acompanha Andriely na capital federal. Ela destaca a conquista da estudante como exemplo para os demais alunos da escola e do RS.
- Não é por serem alunos de uma escola pequena, de município pequeno, que não terão as mesmas oportunidades. Pelo contrário: essa vitória da Andriely mostra aos alunos da nossa escola e aos alunos de todo o RS que todo jovem tem de se encorajar e conhecer sobre política. É fundamental para a vida deles - explica. _
Educação no Estado
No final de semana, a coluna mostrou o quadro da educação nos quatro mais populosos municípios do Estado, excetuando-se a Capital: Canoas, Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria. Os dados são da organização Todos pela Educação. As prefeituras de Canoas e Pelotas não haviam enviado respostas aos questionamentos da reportagem até o horário de fechamento deste espaço. Por isso, a coluna publica, a seguir, os posicionamentos dos dois municípios que faltaram. _
Contrapontos O que diz Canoas
"Recebemos com surpresa, uma vez que os dados não condizem com a realidade. As informações foram prestadas corretamente, porém houve erro de migração nos dados, o que já foi reportado aos responsáveis. Inclusive solicitamos a correção. Todas as escolas, de Educação Infantil ou Fundamental, recebem água potável, ou seja, 100%. Outra divergência é no tocante ao acesso à pré-escola. O município de Canoas atende 100% das crianças na faixa etária de pré escola."
O que diz Pelotas
"A prefeitura trabalha ativamente para aumentar a inclusão de crianças na rede de ensino. Para enfrentar esse desafio, adquiriu 385 vagas em escolas parceiras e em 339 credenciadas. Além disso, está em fase de construção uma nova escola de Educação Infantil. As equipes da Smed estão em constante análise para identificar áreas e entender as necessidades específicas."
Terminada a Olimpíada, é hora de o presidente Emmanuel Macron cair na real. Ele esperava que os Jogos impulsionassem sua imagem deteriorada, como ocorreu com Jacques Chirac na Copa de 1998. Os próximos dias dirão.
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